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Empresário que levou Toffoli em jatinho exerceu mandato de senador pelo ES

Ministro do Supremo é relator do caso Master. Na aeronave, também de carona, estava o advogado de um dos investigados

Vitória
Publicado em 09/12/2025 às 12h39
Senador Luiz Pastore (MDB)
Luiz Pastore em 2019, em uma das ocasiões em que exerceu mandato de senador pelo Espírito Santo. Crédito: Roque de Sá/Agência Senado

viagem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli ao Peru, para assistir à final da Copa Libertadores da América, não rendeu frutos ao Palmeiras, time pelo qual o ministro torce e que foi derrotado pelo Flamengo.

O deslocamento, ainda por cima, causou dores de cabeça ao próprio Toffoli. Ele viajou no jatinho de um empresário. 

Na aeronave, também de carona, estava o advogado Augusto Arruda Botelho, que defende um dos alvos da investigação sobre o banco Master, caso que está sob relatoria do ministro no Supremo. Um possível conflito de interesses está configurado aí.

A história fica ainda mais rocambolesca quando observamos quem é o dono do jatinho.

Trata-se de Luiz Osvaldo Pastore, empresário de São Paulo radicado no Espírito Santo.

Pastore foi suplente do então senador Gerson Camata (MDB) e exerceu o mandato temporariamente, entre 2002 e 2003.

Tornou-se ainda suplente de Rose de Freitas (MDB). 

Durante licenças da parlamentar, o empresário voltou a exercer o mandato de senador pelo Espírito Santo, em 2019 e 2022. A última vez foi entre julho e novembro de 2022. 

Pastore transferiu o domicílio eleitoral para o Distrito Federal e, naquele ano, disputou a eleição como suplente de Flávia Arruda (PL). Ela, entretanto, foi derrotada por Damares Alves (Republicanos).

O empresário declarou à Justiça Eleitoral, em 2022, um patrimônio de R$ 450 milhões.

Com um capital de tal monta, Pastore costuma fazer doações eleitorais a diversos políticos, dos mais diferentes partidos e orientações ideológicas.

Em 2024, por exemplo, doou R$ 150 mil para Ricardo Nunes (MDB), candidato a prefeito de São Paulo que contou com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em 2022, Pastore doou R$ 100 mil para a campanha de Renato Casagrande (PSB) ao governo do Espírito Santo. 

Em 2018, o empresário tentou uma vaga no Senado italiano pela Liga Norte, do ex-vice-primeiro ministro Matteo Salvini, uma legenda de ultradireita.

Não foi eleito.

Mas voltemos à seara do futebol. Luiz Osvaldo Pastore integrou, em 2024, uma chapa de oposição na disputa pela presidência do Palmeiras. Ele foi um dos vice-presidentes de Savério Orlandi, que concorreu contra Leila Pereira.

Leila foi reeleita pela assembleia de sócios por 2.295 votos contra 858 recebidos por Savério.

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