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Capitão Assumção preso: em até 72h, deputados do ES vão decidir destino do colega

Comissão da Assembleia e depois o plenário vão definir se parlamentar do PL continua na cadeia ou não. Ele foi alvo de mandado de prisão preventiva após descumprir ordem do STF

Vitória
Publicado em 04/03/2024 às 11h39
Deputado estadual Capitão Assumção
Deputado estadual Capitão Assumção em sessão da Assembleia realizada em dezembro de 2023. Crédito: Lucas S. Costa/Ales

Preso desde a última quarta-feira (28) por descumprir ordem do Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado estadual Capitão Assumção (PL) vai ter o destino traçado pelos próprios colegas de plenário. Como prevê a Constituição Estadual, parlamentares somente podem ser presos em caso de flagrante de crime inafiançável. E, mesmo assim, depois a Assembleia tem que votar para definir se ele deve ou não continuar na cadeia.

A prisão de Assumção, como já mencionado, foi preventiva e determinada pela Suprema Corte. Não se sabia nem se o STF notificaria a Casa a respeito, para que o trâmite fosse adotado. Mas a notificação veio.

Assim, o presidente da Assembleia, Marcelo Santos (Podemos), reuniu os demais parlamentares na manhã desta segunda-feira (4) e, após consultar a Procuradoria do Legislativo e outros setores, decidiu formar uma Comissão Especial, integrada por sete deputados estaduais. O presidente e relator do colegiado é Lucas Scaramussa (Podemos).

O grupo tem até 72 horas para emitir um parecer defendendo a manutenção ou a revogação da prisão de Assumção. Esse parecer, prévio, vai ser lido e submetido a todos os deputados, em sessão plenária em data a ser marcada.

O advogado do deputado do PL, Fernando Dilen, vai poder se manifestar durante 15 minutos na mesma sessão. Em seguida, os deputados votam.

A Assembleia é composta por 30 deputados estaduais. A prisão somente vai ser mantida se a maioria absoluta deles, ou seja, 16 votarem para que Assumção siga no cárcere.

 O voto é aberto e nominal. Todo mundo vai saber, ao vivo, como cada um votou.

O ato assinado por Marcelo Santos com o trâmite a ser adotado foi publicado nesta segunda-feira (4). A composição da Comissão Especial, também:

  • Mazinho dos Anjos (PSDB)
  • Dary Pagung (PSB)
  • Hudson Leal (Republicanos)
  • Coronel Weliton (PRD)
  • Vandinho Leite (PSDB)
  • Delegado Danilo Bahiense (PL)
  • Lucas Scaramussa (Podemos)

Em dezembro de 2022, Capitão Assumção, junto com outras pessoas, foi alvo de uma megaoperação da Polícia Federal, realizada a mando do STF, em vários estados.

O deputado é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPES) de integrar uma "milícia digital" com o objetivo de desestabilizar as instituições da República. Em discursos ou nas redes sociais, o parlamentar incitava ataques ao Supremo e debochava do Judiciário.

O ministro Alexandre de Moraes impôs a ele algumas medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de utilizar redes sociais. Ainda em dezembro daquele ano e em janeiro de 2023, porém, Assumção descumpriu as determinações.

No fatídico 8 de janeiro do ano passado, por exemplo, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram as sedes dos Três Poderes e pediram um golpe de Estado, o deputado estadual do PL apareceu em um vídeo defendendo os "patriotas".

 O MPES informou o STF sobre esses episódios na época e, mais de um ano depois, Moraes decretou a prisão preventiva do parlamentar.

Assumção é mantido no Quartel do Comando-Geral da Polícia Militar, em Maruípe, Vitória.

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