O capixaba, de Vitória, Fábio Coelho, ocupa, desde 2011, o cargo de CEO do Google no Brasil, uma das cadeiras mais importantes do país. Ele também é, desde 2015, vice-presidente mundial do conglomerado. Pelos cargos que ocupa e experiência acumulada, Coelho acompanha com enorme proximidade a revolução tecnológica por que passa a humanidade. "Está apenas no começo", afirma.
Na entrevista de mais de 40 minutos que concedeu ao Papo de Valor, videocast da coluna, o executivo falou sobre o futuro da Inteligência Artificial, oportunidades que estão se abrindo, o papel do ser humano nisso tudo, Flamengo (ele assumiu a vice-presidência de Tecnologia do clube do coração no ano passado), Espírito Santo, Brasil e fez um alerta sobre a tão debatida regulamentação.
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"Temos uma falta de definições regulatórias no país. Você investe mais onde você tem menos incertezas sobre as regras do jogo. E aí entramos em uma outra conversa. Nos Estados Unidos existe uma discussão que é a seguinte: devemos ser uma nação regulada ou inovadora? Se você regular demais ou criar regras duras demais, as pessoas não conseguem desenvolver ideias e propostas. Existe uma preocupação enorme em cima de questões saudáveis: tem que ter um arcabouço regulatório em relação ao uso de Inteligência Artificial, privacidade de dados, controle de conteúdos distribuídos para crianças... Tudo isso é saudável, mas é saudável desde que não seja tão duro a ponto de afugentar o investidor. É importante entender as consequências. Nós estamos diante de duas realidades na Inteligência Artificial: uma chinesa, que fazem e depois observam como irão regular, e uma americana, que começou com um questão muito forte de controle, mais o modelo europeu, mas que perceberam que, se continuassem nesse modelo, eles ficariam muito atrás dos chineses. Como aconteceu com a Europa. Fica para trás na capacidade de inovar, na capacidade de empreender... Eu digo sempre para as autoridades: cuidado para o Brasil não ficar para trás. É um equilíbrio delicado".
O presidente do Google também deu dicas para os jovens. "Primeira coisa é construir competências que vão evoluir ao longo do tempo. Você precisa desenvolver uma boa reputação, é um exercício diário que precisa ser feito ao longo de anos. Se capacite e entenda que a decisão que você tomar aos 16 anos não definirá até onde você vai chegar, mas te ajudará a chegar lá. Também é muito importante ter paciência e resiliência. Não sofra demais".
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