Quem acompanhou a visita do ministro dos Transportes, Renan Filho, nesta terça-feira (21), ao Espírito Santo não pode reclamar de falta de promessas. Dono de uma memória de fazer inveja, o ministro desfiava o nome de cidades e até de distritos por onde passam ou passarão rodovias e ferrovias enquanto colocava datas para editais e licitações de intervenções para lá de importantes para a infraestrutura do Estado. Ele, que veio inaugurar o primeiro trecho de duplicação da BR 101 depois da renegociação com a EcoRodovias (feito importante de sua administração, diga-se de passagem), garantiu que EF 118 (projeto de ferrovia entre Rio e Vitória) e BR 262 vão caminhar. Também prometeu apoiar os pleitos capixabas na renovação da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) e na Estrada de Ferro Vitória-Minas.
"Considero que a visita foi positiva. Tivemos tempo de conversar, de apresentar o parque logístico de Aracruz e de mostrar porque é importante que saiam os investimentos que estamos pedindo. É claro que são importantes para o Espírito Santo, mas são importantes também para o Brasil. É um trabalho de construção, que exige paciência. Conversei, na sexta (17), com o presidente da Vale (Gustavo Pimenta), e agora conversamos com o ministro. Estão defendendo suas posições, é legítimo, mas estou confiante. O ministro voltou a garantir que a concessão da EF 118 sai mesmo sem o dinheiro da Vale. A previsão é de leilão em 2026", assinalou o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande.
Ainda sobre ferrovias, Casagrande e o vice-governador, Ricardo Ferraço, reforçaram com Renan Filho a necessidade de o contorno de Belo Horizonte entrar no pacote de obras a serem obrigatoriamente feitas na nova concessão da FCA, ferrovia que faz a integração do Brasil Central e conecta com estruturas que levam e trazem carga do litoral (caso da Vitória-Minas) e pediram apoio para a ampliação e modernização do ramal Piraqueaçu, entre João Neiva e Aracruz, que faz parte da Vitória-Minas.
"O projeto apresentado pela VLI (concessionária atual que quer a renovação) para a FCA vai chegar agora ao Tribunal de Contas da União. Queremos que o contorno de BH seja obrigatório, daria mais eficiência a um trecho que é fundamental para trazer mais carga para o Espírito Santo. Além disso, queremos que a Vale faça a ampliação e modernização do ramal Piraqueaçu, que faz a ligação com os portos de Aracruz. Fomos lá mostrar ao ministro o tamanho dos investimentos que estão sendo feitos pelos portos de Aracruz, precisamos de ligações eficientes", ponderou o governador.
Sobre a BR 262, a previsão é de projeto pronto até janeiro e de edital para a contratação das obras também no começo de 2026. A questão agora é dinheiro. O governo do Estado, via acordo de Mariana (dinheiro pago pela Samarco por causa do rompimento da barragem), garantiu R$ 2,3 bi para a obra, só que os trechos a serem licitados devem ficar na casa dos R$ 7,5 bilhões, ou seja, uma diferença de, nada desprezíveis, R$ 5,2 bi. "Os R$ 2,3 bi seguram o começo da obra, mas vamos precisar iniciar um trabalho de captação de emendas junto aos parlamentares do Estado e de mobilização de recursos do orçamento da União. Nada é simples...", disse Casagrande.
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