Os países não caminham no mesmo passo quando o assunto é a revolução tecnológica mundial. China e Estados Unidos, destacadamente, puxam a fila da corrida pela Inteligência Artificial e, claro, por todo o combo que vem junto. Como o Brasil pode entrar nesse jogo? E o Espírito Santo? Foram as perguntas que fizemos ao CEO do Google no Brasil, o capixaba Fábio Coelho, que esteve, nesta quarta-feira (22), em Vitória.
"O brasileiro é um grande consumidor de tecnologia. Ele aprende, incorpora e passa a resolver os seus problemas com muita velocidade. O que estamos buscando é que o Brasil possa ter mais engenheiros e mais desenvolvimento de tecnologia, principalmente Inteligência Artificial. Isso ainda falta. Aqui tem menos gente para isso e os que têm muitas vezes acabam indo embora porque o país não tem um grande hub concentrador. Vai para a Inglaterra, vai para a China, vai para os Estados Unidos... Temos também coisas únicas do Brasil: o agronegócio é uma potência e temos energia. Temos que valorizar isso e criar soluções locais. Já temos mecanização e automação, mas dá para ir mais. Vejo no fornecimento de energia limpa um caminho muito claro para o Brasil atrair investimentos em tecnologia. Qualquer empresa que queira crescer precisa de capacidade de processamento, para isso precisa de: energia barata, capacidade de trazer equipamentos com rapidez, água e bom ambiente regulatório".
Como o Estado pode entrar nessa onda? "O Espírito Santo não é grande, não tem densidade populacional, mas quais são as fortalezas do Espírito Santo? Tem talento. Tem boas universidades e forma boas pessoas. O Espírito Santo tem boa localização geográfica, está do lado de Rio e São Paulo. O Espírito Santo tem qualidade e custo de vida bons para quem quer interagir, a partir de Vitória, com São Paulo e Rio. O Espírito Santo vive uma onda interessante de investimentos portuários e tem uma boa base institucional, aliás, conheço bem o trabalho feito pelo Espírito Santo em Ação. É entender esse contexto, entender o que se pode fazer muito bem-feito e, a partir disso, avançar. Gosto da ideia da formação de um hub de startups formado a partir das empresas e entidades locais. A partir do momento que elas se desenvolvem, vão ganhar o resto do Brasil e o mundo. Vejo muitas oportunidades de inovação em medicina, educação e serviço público".
A entrevista completa com o presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, você confere aqui na coluna, no próximo sábado (25), no videocast Papo de Valor.
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