As empresas brasileiras de óleo e gás vão investir, nos próximos cinco anos, US$ 12,7 bilhões (R$ 68,2 bi no dólar atual) no descomissionamento de estruturas de produção de óleo e gás. Trata-se de uma indústria gigantesca que exige enormes investimentos em infraestrutura, equipamentos, tecnologia e governança, afinal estamos falando da desmontagem de enormes estruturas, com remoção de resíduos e máquinas, descarte, reciclagem, reutilização de ativos... Trata-se, portanto, de um grande negócio, muito forte nos Estados Unidos, Ásia e Europa.
De olho nisso, empresários e executivos capixabas, sob a coordenação da Federação das Indústrias (Findes), estão na Europa em busca de atrair a indústria de descomissionamento para cá. Muito pouco desse negócio se dá no Brasil, e diante disso, o Espírito Santo pode largar na frente por alguns motivos: boa localização (de frente para a Bacia de Campos, onde estão as estruturas mais antigas do país), portos e indústria naval (o Estaleiro Seatrium Aracruz é um dos maiores do Brasil). Os europeus parecem estar por dentro disso tudo. Um encontro organizado pela Findes em parceria com a Decom Mission (associação de empresários de descomissionamento do Mar do Norte), na Universidade de St. Andrews (uma das mais tradicionais do mundo), na Escócia, atraiu mais de 20 representantes de empresas do setor.
"Queremos trazer uma nova indústria para o Espírito Santo, com potencial para gerar bilhões em negócios e milhares de empregos. Percebemos que os europeus estão com apetite, foram mais de 20 representantes de empresas do Reino Unido, Dinamarca e Noruega, que são muito fortes no negócio e tem tradição de sustentabilidade. A gente já vem fazendo essa costura desde 2024 e estão na nossa comitiva representantes da Vports, Porto Central, ArcelorMittal, Marca Ambiental e Grupo Estel, empresas capixabas que têm interesse em trazer essa indústria. Posso te dizer que a troca foi muito produtiva", disse Paulo Baraona, presidente da Findes.
O dirigente disse que a entidade vai organizar, muito provavelmente em março, um encontro em Vitória com a participação de empresários de fora. "Vamos mostrar para eles o que está acontecendo aqui e as enormes possibilidades que estão ao nosso alcance", afirmou Baraona.
Já existe, no setor produtivo capixaba, algumas iniciativas para atrair a indústria de desmontagem de plataformas. Os executivos da Vports já disseram ter interesse em atrair investimentos de empresas de descomissionamento para a área que a concessionária possui em Barra do Riacho, Aracruz. O Porto Central, que está sendo desenvolvido em Presidente Kennedy, Sul do Estado, tem um memorando de entendimento assinado com a norte-americana MARS (Modern American Recycling Services).
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