O governo do Estado lançou, nesta segunda-feira (25), no Palácio Anchieta, o Plano Estratégico do Parque Logístico do Espírito Santo, o Parklog ES. Trata-se de um projeto de longo prazo - público e privado - que visa organizar e garantir o desenvolvimento do hub logístico e industrial que já funciona em Aracruz, mais precisamente em Barra do Riacho, onde estão Suzano, Portocel, Estaleiro Seatrium Aracruz (antigo Jurong), Vports e Porto da Imetame. O Parklog engloba dez municípios (Serra, Fundão, Aracruz, João Neiva, Ibiraçu, Linhares, Colatina, Jaguaré, Sooretama e Marilândia), afinal, trata-se de algo grande, com impactos - econômicos e sociais - também importantes.
O objetivo da articulação é colocar de pé algo que seja capaz de ser uma alternativa de escoamento da produção brasileira ao exterior e para dar conta da entrada dos produtos importados. Mesmo com o crescimento aquém do potencial da economia dos últimos anos (principalmente na década passada), os portos do Brasil estão no limite. Caso a economia engrene, vai colapsar. Aí é que entra o projeto do Estado. "Há alguns anos, íamos para Brasília pedir investimentos em estradas e ferrovias e eles vinham com o argumento de que não tínhamos portos para movimentar a carga. Agora nós temos, por isso, queremos a infraestrutura necessária para receber e escoar toda essa carga. Temos portos em expansão, em construção e bons projetos em todo o Estado. Precisamos de melhores conexões com o Brasil, os portos nós temos. Inclusive, queremos um Parklog também no Sul, observando o Porto Central", disse o vice-governador do Estado, Ricardo Ferraço.
Quando fala em conexão, Ferraço toca no ponto que é a maior fraqueza de momento do ambicioso projeto capixaba, o calcanhar de Aquiles. Para dar realmente certo, o Parklog precisa estar conectado de maneira eficiente - por ferrovias e rodovias - com o resto do Brasil. A consultoria contratada para ajudar governo e setor produtivo a tocarem o projeto apontou como graves ameaças ao projeto: renovação da concessão da Ferrovia Centro Atlântica sem considerar conexões com o Parklog e a não consolidação (ou grandes atrasos) de investimentos em rodovias (BR 101) e ferrovias. No plano de ação, o adensamento da malha ferroviária é tida como urgente, ou seja, precisa sair no menor espaço de tempo possível.
Preocupado com a situação, o governador Renato Casagrande quer uma reunião com o ministro dos Transportes, Renan Filho, para tratar da renovação do contrato de concessão da FCA com a VLI Logística. O tema vem se arrastando desde 2023 e o governador quer saber quando a decisão será tomada por parte de Brasília. "O debate avançou nos últimos meses, depois de o governo ter deixado claro para a VLI que a proposta não era boa. Acho que ainda podemos avançar na obrigação do contorno da Grande Belo Horizonte, um pedido do Espírito Santo, mas que por enquanto está como gatilho, ou seja, depende da demanda para ser feito. Quero entender o que está atrapalhando a definição, afinal, precisamos avançar com isso de alguma forma", afirmou Casagrande.
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