Publicado em 30 de maio de 2020 às 10:44
Três bases do centro Tamar, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foram fechadas nesta semana, segundo publicação no Diário Oficial da União na quinta (28), mas o Projeto Tamar, tocado por uma entidade privada de proteção às tartarugas, continua funcionando.
Duas dessas bases, já inoperantes, foram fechadas a pedido da própria autarquia, de acordo com relatos à reportagem e nota do presidente do ICMBio, Homero Cerqueira.
O fechamento ocorreu nas bases do centro Tamar em Parnamirim, no Rio Grande do Norte, em Pirambu, no Sergipe, e a Arembepe, em Camaçari, na Bahia.
A primeira fica dentro da Base Aérea da Barreira do Inferno, em área sob o comando da Aeronáutica. Os funcionários do local foram transferidos para Fernando de Noronha.
A segunda, no Sergipe, foi formalmente desativada porque o imóvel onde se encontrava está condenado, mas há planos de futura reconstrução, segundo nota do ICMBio.
A base em Camaçari foi transferida para Salvador, onde já existe aparelho do ICMBio. Segundo a autarquia, o local é mais estratégico para ações na orla do estado.
Além disso, o órgão afirma que houve adição de mais uma base em Caravelas, na Bahia, com uso da estrutura do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene).
Há uma diferença de ação entre o Projeto/Fundação Pró-Tamar e o Centro Tamar, do ICMBio. A primeira é uma entidade privada sem fins lucrativos que é parceira do governo e executa a maior parte das ações de conservação das tartarugas marinhas. O último, ligado à autarquia, coordena o plano nacional de conservação.
"As tartarugas estão bem", afirma Neca Marcovaldi, coordenadora de conservação e pesquisa do Projeto Tamar e cofundadora e da Fundação Pró-Tamar.
A fundação lançou nota nesta sexta-feira (29) após a veiculação de informações de que suas bases teriam sido fechadas pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido).
Marcovaldi se diz preocupada com a repercussão e com a ideia de que ocorre uma desestruturação do programa, que está paralisado neste momento por causa da Covid-19, mas mantém suas bases de ação nos estados.
O ICMBio afirma que a sede do Centro Tamar é em Vitória, no Espírito Santo, com apoio de sete bases avançadas: uma em Fernando de Noronha, em Pernambuco; uma em Aracaju, no Sergipe; duas no Espírito Santo, em Regência Linhares e Guriri São Mateus; outras duas na Bahia, em Salvador e Caravelas; e uma em Florianópolis, em Santa Catarina.
A confusão acontece pouco tempo após ter vindo a público o vídeo de uma reunião ministerial na qual o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirma que o governo deve aproveitar o momento para "ir passando a boiada" para desregulamentar o setor ambiental e outros.
Salles, em suas redes sociais, publicou a foto de uma reportagem na revista Época que afirmava que ele havia extinto bases do Projeto Tamar e classificou a afirmação como "mentira".
Há inúmeras outras entidades que também fazem parte da rede de pesquisa e conservação de tartarugas, todas elas orientadas pelo Centro Tamar, do ICMBio.
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