Publicado em 17 de janeiro de 2020 às 11:23
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu nesta sexta-feira (17), que o governo de Jair Bolsonaro afaste o secretário da Cultura, Roberto Alvim. O pedido vem após divulgação de vídeo oficial em que Alvim parafraseia trechos de discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha nazista. >
"O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo", afirmou Maia nas redes sociais. >
O vídeo de Alvim foi postado pela Secretaria Especial de Cultura para divulgar o Prêmio Nacional das Artes. A similaridade entre o discurso de Alvim e um pronunciamento de Goebbels levou a uma forte reação negativa nas redes sociais. >
"A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada", disse o ministro de cultura e comunicação de Hitler em um pronunciamento para diretores de teatro, segundo o livro "Goebbels: a Biography", de Peter Longerich. >
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"A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada", afirmou Alvim no vídeo postado nas redes sociais.>
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também manifestou repúdio às declarações do secretário especial da Cultura, Roberto Alvim. "Como primeiro presidente judeu do Congresso Nacional, manifesto veementemente meu total repúdio a essa atitude e peço seu afastamento imediato do cargo", afirmou Alcolumbre em nota.>
Em viagem no interior do Amapá, Alcolumbre relatou ter tido "desprazer" de assistir ao vídeo de Alvim, ao qual classificou como "acintoso, descabido e infeliz pronunciamento de assombrosa inspiração nazista do secretário de Cultura Roberto Alvim, do governo federal." >
A nota de Alcolumbre condenou as referências usadas pelo secretário no discurso. "É totalmente inadmissível, nos tempos atuais, termos representantes com esse tipo de pensamento. E, pior ainda: que se valha do cargo que eventualmente ocupa para explicitar simpatia pela ideologia nazista e, absurdo dos absurdos, repita ideias do ministro da Informação e Propaganda de Adolf Hitler, que infligiu o maior flagelo à humanidade." >
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