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'Por onde anda a professora?', perguntou Mauro Cid ao monitorar Moraes

'Por onde anda a professora?', perguntou Mauro Cid ao monitorar Moraes

Tratado pelo codinome de "professora", ministro do STF foi monitorado clandestinamente por aliados próximos de Bolsonaro, segundo a Polícia Federal

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 19:33

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Rayssa Motta, Rubens Anater, Fausto Macedo e Pepita Ortega

BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) não descarta que outras autoridades, além do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tenham sido monitoradas clandestinamente por aliados próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em meio às articulações para um golpe após a derrota nas eleições de 2022.

O objetivo, segundo a PF, era prender o ministro e anular o resultado da votação. Os investigadores acreditam que a ordem tenha partido de Bolsonaro. Conversas recuperadas pelos policiais federais indicam que o ex-presidente chegou a redigir e editar o rascunho do decreto de prisão.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e Alexandre de Moraes, ministro do STF
Mauro Cid tratava Alexandre de Moraes pelo codinome de "professora", segundo a PF. (Pedro França/Agência Senado e Carlos Alves Moura/STF)

Moraes ganhou até um codinome, era tratado como "professora". Seus passos eram acompanhados de perto pelo entorno do ex-presidente.

"Por onde anda a professora?", questiona o tenente-coronel Mauro Cid, na época ajudante de ordens da Presidência, em conversa de WhatsApp com Marcelo Câmara, então assessor de Bolsonaro, em dezembro de 2022.

A agenda de Alexandre de Moraes era conhecida em detalhes. Chamou atenção da Polícia Federal que os auxiliares de Bolsonaro sabiam o itinerário exato de deslocamento do ministro com antecedência de 15 dias.

Para a PF, está claro que o ex-presidente e seus subordinados tinham acesso a informações privilegiadas e a intenção real de colocar em prática o plano golpista.

"As circunstâncias identificadas evidenciam ações de vigilância e monitoramento em níveis avançados, o que pode significar a utilização de equipamentos tecnológicos fora do alcance legal das autoridades de controle", escreveu a Polícia Federal na representação enviada ao STF para deflagrar nesta quinta (8) a Operação Tempus Veritatis.

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