BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) não descarta que outras autoridades, além do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tenham sido monitoradas clandestinamente por aliados próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em meio às articulações para um golpe após a derrota nas eleições de 2022.
O objetivo, segundo a PF, era prender o ministro e anular o resultado da votação. Os investigadores acreditam que a ordem tenha partido de Bolsonaro. Conversas recuperadas pelos policiais federais indicam que o ex-presidente chegou a redigir e editar o rascunho do decreto de prisão.
Moraes ganhou até um codinome, era tratado como "professora". Seus passos eram acompanhados de perto pelo entorno do ex-presidente.
"Por onde anda a professora?", questiona o tenente-coronel Mauro Cid, na época ajudante de ordens da Presidência, em conversa de WhatsApp com Marcelo Câmara, então assessor de Bolsonaro, em dezembro de 2022.
A agenda de Alexandre de Moraes era conhecida em detalhes. Chamou atenção da Polícia Federal que os auxiliares de Bolsonaro sabiam o itinerário exato de deslocamento do ministro com antecedência de 15 dias.
► Operação da PF que mira Bolsonaro e aliados tem alvos no ES
► Bolsonaro é alvo de operação, e PF dá 24 horas para que ele entregue passaporte
► Lula sobre operação que mira Bolsonaro: “que seja aplicado o rigor da lei”
► Me esqueçam', diz Jair Bolsonaro após ser alvo de operação da PF
► Quem é quem na operação da PF que mira Bolsonaro e aliados próximos
► Major do Exército é alvo no ES em operação da PF que mira Bolsonaro
► Valdemar Costa Neto é preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo
► Bolsonaro aprovou mudança na minuta do golpe, diz Polícia Federal
► Braga Netto chamou comandante do Exército de 'cagão'
► A ligação entre major alvo da PF no ES e argentino estrategista de Milei
► Valdemar Costa Neto é preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo
► Major investigado no ES é suspeito de atacar urnas e integrar milícia digital
► PF avisou comando do Exército na véspera sobre operação contra militares
► PF tem vídeo em que Bolsonaro diz que iria 'entrar em campo' com seu exército
► PF apreende passaporte de Jair Bolsonaro na sede do PL, em Brasília
► Saiba mais sobre generais de quatro estrelas alvos de operação da PF
► Mourão pede ação de militares contra 'condução arbitrária' de processos
Para a PF, está claro que o ex-presidente e seus subordinados tinham acesso a informações privilegiadas e a intenção real de colocar em prática o plano golpista.
"As circunstâncias identificadas evidenciam ações de vigilância e monitoramento em níveis avançados, o que pode significar a utilização de equipamentos tecnológicos fora do alcance legal das autoridades de controle", escreveu a Polícia Federal na representação enviada ao STF para deflagrar nesta quinta (8) a Operação Tempus Veritatis.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta