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Operação da PF que mira Bolsonaro e aliados tem alvos no ES

Operação da PF que mira Bolsonaro e aliados tem alvos no ES

Investigação mostrou que organização criminosa atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito para manter ex-presidente no poder

Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 07:55

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Polícia Federal
PF mira aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em operação nesta quinta-feira (8) . (Polícia Federal)

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8) a Operação Tempus Veritatis para apurar a existência de uma organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, visando a obter vantagem de natureza política com a manutenção de Jair Bolsonaro no poder. O ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados são os alvos da investigação, como os ex-ministros general Augusto Heleno, Braga Netto e Anderson Torres. Ao todo, 16 militares estão no foco da atuação.

Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

Ao todo, a PF cumpre quatro mandados de prisão preventiva. Entre os presos está o ex-assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara. O militar já era investigado no caso da fraude ao cartão de vacinação do ex-presidente. Outro detido é Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro. Também é alvo de mandado de prisão Rafael Martins.

O quarto alvo de detenção é Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército, que está nos Estados Unidos. O mandado de prisão será enviado ao Exército para que notifique o militar. 

Tércio Arnaud, assessor de Bolsonaro, é alvo de busca e teve o passaporte apreendido.

Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.

O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.

O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

As medidas foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito do inquérito das milícias digitais. Além das prisões e buscas, a PF também cumpre medidas diversas como a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas."

Lista dos alvos de busca e apreensão confirmados

Valdemar Costa Neto, presidente do PL

Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)

Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública

Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército

Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha

Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército

Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos responsáveis do chamado "gabinete do ódio"

Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro

Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro

Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército

Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército

Ailton Gonçalves Moraes Barros, militar paraquedista

Amauri Feres Saad, advogado, teria ajudado a preparar a minuta golpista encontrada com Anderson Torres

Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército, morador de Colatina

Cleverson Ney Magalhães, coronel do exército

Eder Lindsay Magalhães Balbino, empresário

Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército

Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército

José Eduardo de Oliveira e Silva

Laércio Vergílio

Mario Fernandes

Ronald Ferreira de Araújo Júnior

Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, major do Exército

Componente de Arquivos & Anexos Arquivos & Anexos

Decisão do ministro Alexandre de Moraes na Operação Tempus Veritatis

Documento traz pedidos de prisão, busca e apreensão e outras medidas cautelares contra 29 pessoas

Tamanho de arquivo: 8mb

Componente de Arquivos & Anexos Arquivos & Anexos

Segunda decisão do ministro Alexandre de Moraes na Operação Tempus Veritatis

Decisão amplia  medidas para outros supostos envolvidos

Tamanho de arquivo: 257kb

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