Publicado em 31 de março de 2020 às 12:38
Após conseguir na Justiça dos Estados Unidos o direito à liberdade antes do cumprimento total da pena de quatro anos a que fora condenado, o ex-presidente da CBF José Maria Marin aguarda os últimos trâmites burocráticos para deixar a prisão e pegar o primeiro voo disponível rumo ao Brasil, o que deve ocorrer nos próximos dias.>
Aos 87 anos e com a saúde debilitada, o ex-dirigente está detido em uma penitenciária federal de segurança baixa em Allenwood, no interior do estado da Pensilvânia, e na última segunda-feira (30) viu a juíza Pamela K. Chen acatar pedido de soltura feito pelos seus advogados em meio à pandemia do novo coronavírus.>
De volta ao Brasil, o Estado apurou que Marin vai morar com a mulher, Neusa, em um apartamento no bairro de Cerqueira César, na zona de sul de São Paulo. O imóvel tem cerca de 140 metros quadrados.>
Antes, os dois moraram por mais de duas décadas em um apartamento nos Jardins, também na zona sul da capital paulista, de 609 metros quadrados e cinco vagas de garagem. O imóvel foi vendido em julho de 2018 por R$ 7,6 milhões. O dinheiro foi usado para pagar despesas com advogados, dívidas processuais e multas nos Estados Unidos.>
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Entre os motivos listados pela juíza Pamela K. Chen para aceitar que Marin saísse da cadeia agora estão a sua "idade avançada, saúde significativamente deteriorada, risco de graves consequências para a saúde devido ao atual surto de covid-19, status de crime não violento e cumprimento de 80% de sua sentença original".>
Ao todo, mais de 160 mil pessoas foram diagnosticadas com a covid-19 nos Estados Unidos. Cadeias estão relatando uma propagação acelerada da doença e, por isso, detentos foram libertados antes do término de suas penas. Em Allenwood estão 1.300 presos.>
Marin deixará a prisão dois anos e quatro meses depois de ter sido condenado pelos crimes de organização criminosa, fraude bancária e lavagem de dinheiro cometidos no período em que presidiu a CBF. Antes, em 2015, ele já havia ficado detido na Suíça e em prisão domiciliar em Nova York acusado de ter recebido U$ 6,5 milhões (mais de R$ 32 milhões pelo câmbio atual) de propina para assinar contratos de direitos comerciais da Copa Libertadores, Copa do Brasil e Copa América.>
A Justiça dos Estados Unidos condenou Marin a pagar US$ 1,2 milhão (R$ 6 milhões) e confiscou mais US$ 3,3 milhões (R$ 16 milhões) do brasileiro. Já a Fifa baniu Marin do futebol e ainda aplicou multa de 1 milhão de francos suíços (R$ 5,4 milhões).>
Preso em 2015 na Suíça, Marin vendeu além do apartamento onde morava com a mulher um prédio comercial na rua Colômbia, no Jardim América, por R$ 18,1 milhões, e um casarão localizado no Jardim Europa por R$ 11,5 milhões. A mansão estava em terreno de 2.600 metros quadrados, possuía dois andares, 12 salas, 10 banheiros e estacionamento para 30 carros.>
Durante os quase cinco anos em que esteve fora do Brasil depois de ter sido preso na Suíça, Marin se desfez no período de um patrimônio imobiliário avaliado em R$ 37 milhões. Os imóveis foram adquiridos em mais de três décadas, quando Marin foi governador do Estado de São Paulo, além de presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF) e da CBF.>
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