Publicado em 24 de novembro de 2021 às 14:10
Após mais de quatro meses de resistência, o presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), marcou a sabatina do ex-ministro André Mendonça, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para uma vaga no (STF) Supremo Tribunal Federal. >
A sabatina e votação da indicação de Mendonça na CCJ vão acontecer na próxima semana, durante esforço concentrado no Senado para votar as indicações de autoridades.>
O presidente da comissão informou que um calendário será elaborado até o início da próxima semana, para que todos os nomes pendentes de análise na CCJ sejam efetivamente sabatinados.>
"Vou fazer a leitura de todas as mensagens [presidenciais] que estão aqui. Vou seguir integralmente a decisão do presidente [do Senado] Rodrigo Pacheco de, no esforço concentrado, com o quórum adequado, fazermos as sabatinas de todas as autoridades que estão indicadas na comissão", afirmou o senador.>
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O senador também disse que recebeu sete pedidos de senadores para serem relator da indicação de André Mendonça. Acrescentou que vai realizar uma reunião com os interessados e membros da comissão nos próximos dias e que então tomará uma decisão.>
O senador pelo Amapá se encontrou em uma posição difícil para continuar segurando a sabatina de André Mendonça, apesar do alívio proporcionado por uma decisão do STF, que garantiu a sua prerrogativa para agendar as análises dentro da comissão.>
Por outro lado, cresceu a pressão sobre seu aliado, Rodrigo Pacheco, que então marcou um esforço concentrado e vinha falando que tinha "expectativa" de que Alcolumbre realizaria todas as sabatinas pendentes.>
Ao mesmo tempo, o presidente da CCJ também vinha repetindo nos últimos meses a interlocutores que apenas pautaria a sabatina de Mendonça se tivesse votos suficientes para derrubá-la. Como a Folha mostrou, ele tem dito que conta com 49 votos contra o indicato de Jair Bolsonaro -de um total de 81 senadores.>
Alcolumbre fez, nesta quarta-feira (24), uma longa fala sobre o assunto, rebatendo a acusação de que havia tornado inoperante alguns órgãos, justamente por não agendar sabatinas.>
Citou como exemplo o CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), afirmando que as sabatinas que lhe cabiam haviam sido feitas, mas que o plenário do Senado não realizou as votações previstas.>
O senador pelo Amapá também afirmou que tinha preferência por realizar primeiramente as sabatinas para cargos com mandatos e não para vagas vitalícias, como as indicações para tribunais.>
Ele citou especificamente as indicações de Mendonça, para o STF e também para uma vaga no TST (Tribunal Superior do Trabalho), cuja indicada é a desembargadora Morgana de Almeida Richa.>
"Pessoalmente se tivesse que escolher, eu optaria por colocar todos os cargos nesse momento, os cargos que dispõem de mandato e não os vitalícios", afirmou.>
Alcolumbre também comentou a pressão que vinha recebendo, inclusive ataques de ódio em virtude da sua religião. Respondeu as críticas de que ele próprio poderia estar perseguindo um evangélico.>
"Eu sou judeu. Como que eu estaria perseguindo um evangélico?", questionou.>
Alguns senadores elogiaram a iniciativa, mas aproveitaram para criticar a demora para o agendamento da sabatina. Esperidião Amin (PP-SC) se exaltou e bateu na mesa, afirmando que Alcolumbre, como presidente da CCJ, é "um súdito do regimento [do Senado], mas é um súdito rebelde".>
Alguns senadores, como Simone Tebet (MDB-MS) e Carlos Portinho (PL-RJ), pediram uma solução mais rápida sobre o calendário das sabatinas. Um dos temores é que a sabatina de Mendonça fique para quinta-feira (2), o último dia do esforço concentrado, correndo o risco de ser adiada, caso as anteriores se prolonguem.>
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