Publicado em 10 de setembro de 2022 às 12:04
BRASÍLIA - A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder econômico e político e desvio de meios de comunicação na promoção dos atos do 7 de Setembro. A ação requer ainda que sejam investigados o vice na chapa, Walter Braga Netto, e outras 16 pessoas.>
A Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) pede que a Justiça eleitoral, de maneira liminar (urgente e provisória), impeça o presidente de usar na campanha qualquer material "gráfico ou audiovisual" dos atos de 7 de Setembro.>
Também solicita a remoção do vídeo da TV Brasil com a transmissão do desfile do Bicentenário da Independência.>
A equipe de Lula pede informações sobre a organização dos atos do feriado da Independência aos ministérios das Comunicações e da Defesa, do Alto Comando do Exército em Brasília, do Governo do Distrito Federal e do Rio de Janeiro, além da prefeitura do Rio.>
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Requer ainda a quebra de sigilo bancário, telefônico e telemático de 12 alvos da ação, entre eles o pastor Silas Malafaia e Antônio Galvan, do movimento Brasil Verde e Amarelo.>
Por fim, pede o depoimento de Bolsonaro e dos outros investigados. No longo prazo, a ação pode em tese levar à perda dos direitos políticos dos envolvidos.>
Além da chapa de Bolsonaro, são alvo da ação 16 pessoas: Hamilton Mourão, vice-presidente da República; Fábio Faria, ministro das Comunicações; André de Sousa Costa, secretário especial de Comunicação Social; Kesia Ferreira, administradora da WFC-Goias, contratada para organizar o desfile; o pastor Silas Malafaia; os empresários Luciano Hang, Marcos Koury, João Antonio Franciosi, Gilson Lari Trennepohi, Vanderlei Secco, Victor Priori; os produtores rurais João Augusto Gomes Nunes e Antonio Galvan, do Movimento Brasil e Amarelo, Renato Ribeiro dos Santos, presidente do sindicato rural de Catalão, Jacó Isidoro Rota, presidente do sindicato rural de Cabeceiros, e Luiz Waler, ruralista.>
Como a Folha mostrou, questionamentos judiciais do tipo sobre o 7 de Setembro devem ter efeito limitado na candidatura à reeleição do chefe do Executivo.>
A Aije protocolada pela campanha petista ressalta que o feriado da Independência deveria ser "motivo de celebração" para os brasileiros, sobretudo no Bicentenário.>
"Contudo, o que se percebe é que a importância e o significado da data foram transformados pelos investigados, de maneira sub-reptícia, em pretexto para a promoção abusiva e ilícita da candidatura de Jair Messias Bolsonaro à reeleição ao cargo de Presidente da República", escrevem os advogados.>
"Ao contrário da postura de chefe do Estado brasileiro que lhe caberia, Jair Bolsonaro, com o apoio dos demais investigados, valeu-se do momento como palco de comício eleitoral em benefício de sua candidatura -inclusive, deve-se dizer, custeado por verbas do estado destinadas ao ato, cuja finalidade foi deturpada pelos investigados.">
A ação lembra que Bolsonaro começou a convocar apoiadores para irem às ruas no 7 de Setembro ainda em julho deste ano e recorda de fala do candidato durante convenção do PL.>
"Convoco todos vocês agora, para que todo mundo, no 07 de setembro, vá às ruas pela última vez. Vamos às ruas pela última vez", disse Bolsonaro na ocasião.>
A campanha lulista afirma que o presidente também convocou manifestantes na inserção do partido que foi ao ar na véspera do desfile que marcou o Bicentenário.>
Destaca também os convites a empresários investigados pelo STF e os endereçados a ministérios e estatais para que servidores comparecessem aos atos.>
A peça ainda ressalta que houve transmissão do desfile por veículo de comunicação pública.>
"Ademais, houve a transmissão da TV Brasil para realização de campanha eleitoral, haja vista o conjunto de atores presentes - empresários que custearam estruturas do evento, ex-ministros de seu governo (isto é, que não possuem mais nenhuma ligação institucional) e candidatos a diversos cargos no presente pleito", diz a ação.>
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