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Alvo de inquérito, Weintraub deixa o Brasil e já está nos EUA

Alvo de inquérito, Weintraub deixa o Brasil e já está nos EUA

Ex-ministro saiu do país no mesmo dia em que o senador Fabiano Contarato (Rede) protocolou no Supremo um pedido de apreensão de seu passaporte

Publicado em 20 de junho de 2020 às 11:08

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Dois dias depois de anunciar que deixaria o governo de Jair Bolsonaro, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, desembarcou, na manhã deste sábado (20), nos Estados Unidos, onde deve assumir o cargo de diretor-executivo do Banco Mundial. A informação foi confirmada pela assessoria do Ministério da Educação. Ele chegou a se apresentar como ministro ao desembarcar em Miami, e sua exoneração do cargo foi publicada no Diário Oficial da União no mesmo dia.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub
O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que sairia do Brasil o mais rápido possível. (José Cruz/Agência Brasil)

De acordo com a assessoria de imprensa do MEC, Weintraub viajou ainda na sexta-feira (19) e já se encontra em Miami. A pasta disse que viagem foi feita por meio de avião comercial e em classe econômica. Informou ainda que, apesar das restrições impostas pelos EUA aos brasileiros por causa da pandemia da Covid-19, Weintraub não foi impedido de entrar e que "comprou a passagem com dinheiro dele".

Apesar de ter anunciado a saída do Ministério da Educação, Weintraub continuava como ministro até a manhã deste sábado e acessou o país estrangeiro se apresentando como chefe da pasta no Brasil. Como ministro de Estado, Weintraub tinha direito a passaporte diplomático.

Alvo do inquérito das fake news, que tramita no Supremo, Weintraub também é investigado no tribunal por racismo, por ter publicado um comentário sobre a China.

Integrantes do Judiciário já diziam, nos bastidores, acreditar que Weintraub poderia ser preso, o que vinha preocupando o ministro.

Em mensagem publicada no Twitter neste sábado, a localização de Weintraub aparece em Miami. "As coisas aconteceram muito rapidamente", escreveu o ministro em resposta a um seguidor.

O irmão do ministro, Arthur Weintraub (assessor especial da Presidência), também fez publicação nas redes sociais em que afirma que Abraham está fora do país.

"Obrigado a todos pelas orações e apoio. Meu irmão está nos EUA", escreveu o irmão.

Weintraub tem dito que ele e a família sofrem ameaças. "Estou saindo do Brasil o mais rápido possível (poucos dias)", escreveu o ministro nesta sexta-feira.

Bolsonaro demitiu Weintraub após desgaste com o STF. Weintraub defendeu a prisão dos ministros da corte em reunião ministerial de 22 de abril e depois reafirmou o posicionamento em encontro com manifestantes favoráveis ao governo.

Ao anunciar a saída do MEC, ao lado de Bolsonaro, Weintraub disse que sairia do país para assumir uma posição no Banco Mundial.

Na sexta (19), o Banco Mundial informou ao Estadão/Broadcast, por meio de nota, que recebeu a indicação do governo brasileiro para que Abraham Weintraub passe a integrar os quadros da instituição. O banco disse ter recebido uma comunicação oficial das autoridades brasileiras indicando Abraham Weintraub para diretor-executivo, representando o Brasil e demais países do seu grupo (constituency) no Conselho de Diretores-Executivos do Grupo Banco Mundial.

O tempo de seu mandato, no entanto, não passaria de três meses. "Se eleito pelo seu constituency, ele cumprirá o restante do atual mandato, que termina em 31 de outubro de 2020", diz a instituição, ressaltando que, daqui a quatro meses, "será necessária uma nova nomeação e nova eleição."

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