Publicado em 17 de janeiro de 2020 às 12:49
A embaixada da Alemanha no Brasil se manifestou sobre o vídeo em que o secretário de Cultura, Roberto Alvim, cita trecho de um discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler, e disse que o governo alemão se opõe a qualquer tentativa de banalizar ou mesmo de glorificar a era do nacional-socialismo. >
A mensagem foi publicada no Twitter, na conta oficial das representações diplomáticas da Alemanha no Brasil.>
"O período do nacional-socialismo é o capítulo mais sombrio da história alemã, trouxe sofrimento infinito à humanidade. A Alemanha mantém sua responsabilidade. Opomo-nos a qualquer tentativa de banalizar ou glorificar a era do nacional-socialismo", diz a mensagem do governo alemão.>
O vídeo de Alvim foi publicado na rede social da Secretaria Especial da Cultura na noite de quinta-feira (16). Foi divulgada na peça o Prêmio Nacional das Artes, que havia sido lançado momentos antes em live do presidente Jair Bolsonaro em que participou Alvim.>
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O fato de o secretário ter citado trechos usados por Goebbels provocou uma onda de indignação nas redes sociais na madrugada desta sexta-feira (17).>
"A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada", afirmou Alvim no vídeo postado nas redes sociais.>
"A arte alemã da próxima década será heroica, será ferramenta romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada", disse o ministro da Propaganda nazista em 8 de maio de 1933 em um pronunciamento para diretores de teatro, segundo o livro "Joseph Goebbels: Uma Biografia", de Peter Longerich, publicado no Brasil pela Objetiva.>
O discurso de Goebbels, segundo o biógrafo, foi feito após ele ter passado a comandar a propaganda ativa no exterior. No mesmo mês de maio, diz Longerich, Goebbels havia dado seus primeiros "passos ativos em diversos campos da política cultural".>
Além dos trechos do pronunciamento, a estética do vídeo, a aparência do secretário, o vocabulário, o tom de voz e a trilha sonora escolhida também fizeram várias personalidades compararem a divulgação à propaganda nazista.>
Uma das referências no vídeo é a música de fundo, que veio da ópera "Lohengrin", de Richard Wagner, uma obra que Hitler contou em sua autobiografia ter sido decisiva em sua vida.>
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