Temos repetido que o “Espírito Santo é o Brasil que dá certo” e enfatizado a importância da estabilidade e da construção de um ambiente de confiança no Estado. Esse ambiente se fortalece no diálogo entre o setor público, a sociedade e a iniciativa privada, atraindo investimentos e parcerias de alta qualidade. Um dos exemplos mais emblemáticos dessa capacidade de promover encontros e soluções é o Projeto Favela 3D.
Criado em 2020 pela ONG Gerando Falcões, o Favela 3D — Digital, Digna e Desenvolvida — tornou-se referência nacional no combate à pobreza e no desenvolvimento de favelas e bairros periféricos. No Espírito Santo, desde 2024, está em andamento a primeira experiência, no bairro de Piranema, em Cariacica.
A expectativa é que, a partir dessa iniciativa pioneira, o projeto possa ser expandido para outras comunidades. No Ranking de Competitividade dos Estados, do Centro de Liderança Pública (CLP), estamos hoje em 7º lugar em sustentabilidade social, mas queremos disputar o 1º lugar.
Para alcançar esse objetivo, o ambiente de cooperação é fundamental. Em torno do projeto de Piranema, há uma sólida mobilização que envolve a comunidade local, a prefeitura, o Governo Estadual (por meio de diversas secretarias), empresas privadas e a Gerando Falcões. Apenas em um ambiente de confiança é possível reunir tantos parceiros comprometidos com um objetivo comum, sem disputas por protagonismo, pois este pertence à comunidade e à população.
No último dia 29, o lançamento do Favela 3D mobilizou a comunidade em Piranema. Grande número de moradores presentes, o prefeito Euclério Sampaio, o CEO da Gerando Falcões, Edu Lyra, e representantes das empresas apoiadoras. O encontro marcou a conclusão do ciclo de planejamento e o start do projeto com a apresentação e detalhamento das soluções envolvendo comunidade, Estado, município, empresas parceiras e Gerando Falcões.
Também houve a assinatura formal dos termos de parceria e a apresentação oficial dos resultados aos moradores. Agora, inicia-se a etapa de transformações, que terá duração prevista de dois anos. O Favela 3D atua com base em três eixos principais: Geração de Renda, Desenvolvimento Social e Moradia e Urbanismo.
Um dos pilares do sucesso do Favela 3D é a participação comunitária. É ela que garante a assertividade das ações e a continuidade do processo, evitando que o projeto se interrompa no meio do caminho. Desde a escolha de Piranema, houve diálogo constante com as lideranças locais e envolvimento ativo dos moradores.
A etapa de planejamento começou com um diagnóstico participativo, que, no caso de Piranema, consultou membros de 41% das famílias da comunidade, totalizando 1.128 pessoas. Esse diagnóstico permitiu traçar um perfil detalhado da região, identificando potencialidades e desafios para cada aspecto do território e definindo prioridades para a elaboração do plano.
Foram realizadas oito oficinas temáticas, com participação de 480 pessoas, onde foram priorizadas propostas que resultaram nas soluções finais e nos compromissos assumidos entre governo estadual, prefeitura e empresas privadas.
Essa metodologia participativa de construção de soluções para as comunidades é um princípio do nosso governo, mas pode e deve ser fortalecida. Em 2024, foi lançado o programa BNDES Periferia, que, por meio de editais, pode financiar até 90% dos projetos a fundo perdido.
A proposta apoia iniciativas em diferentes frentes: desenvolvimento de polos territoriais, Periferia Empreendedora, voltada para o estímulo ao empreendedorismo, e Periferia Verde, com foco na resiliência climática. Além de uma linha específica para o fortalecimento das organizações sociais que atuam nos territórios.
Assim como o Favela 3D, esse programa valoriza a voz dos moradores e estimula a participação ativa dos empreendedores locais. Fica a reflexão para estruturarmos algo semelhante aqui com o nosso Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
O contato com essas duas experiências reforçou ainda mais minha convicção de que protagonismo e participação efetiva são fundamentais para superar a pobreza e alcançar um desenvolvimento pleno. Ninguém quer ser tratado como “coitadinho”. As pessoas precisam de oportunidades para desenvolver seu talento. E o nosso governo, com o olhar certo e parcerias sólidas, contribui para fazer a diferença.
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