A rotina da mulher está cada dia mais acelerada. Entre compromissos profissionais, familiares e sociais, a atenção à própria saúde nem sempre recebe a prioridade que merece.
Campanhas como o Setembro em Flor, do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA), lembram que o cuidado preventivo é um dos maiores aliados contra cânceres que atingem o aparelho reprodutor feminino, incluindo colo do útero, ovário, endométrio, vagina e vulva.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que, entre 2023 e 2025, o Brasil terá mais de 32 mil novos casos de câncer ginecológico por ano, representando 13,2% de todos os cânceres em mulheres. A detecção precoce transforma o cenário do tratamento, já que exames simples e rotineiros podem identificar alterações ainda silenciosas, permitindo intervenções menos invasivas e maiores chances de cura.
O câncer de colo do útero, um dos mais frequentes, ilustra bem essa realidade. O exame de Papanicolau, recomendado a partir dos 25 anos, consegue identificar alterações celulares antes mesmo que evoluam para câncer. A persistência de infecção pelo HPV (Papilomavírus Humano), especialmente os tipos 16 e 18, é um dos principais fatores de risco, podendo afetar também vulva e vagina. Estima-se que cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas sejam infectadas pelo HPV em algum momento da vida. Felizmente, na maioria das vezes, o organismo elimina o vírus espontaneamente em até dois anos.
A prevenção envolve mais do que exames. Hábitos saudáveis como alimentação equilibrada, prática regular de exercícios, uso de preservativos, limitação de parceiros sexuais e vacinação contra HPV ajudam a reduzir os riscos. Também é essencial observar os sinais do corpo. Sangramentos fora do período menstrual ou após a menopausa, dor pélvica persistente, alterações no ciclo, corrimento anormal ou sensação de pressão abdominal não devem ser ignorados.
O medo e a desinformação ainda dificultam que muitas mulheres realizem exames de rastreio e mantenham acompanhamento ginecológico regular. Adiar a avaliação médica pode permitir que a doença evolua de forma mais agressiva, limitando opções de tratamento. Conscientização e informação surgem como os maiores aliados na prevenção e no enfrentamento do câncer ginecológico, lembrando que cuidar da própria saúde é cuidar do tempo e da liberdade para viver e realizar tudo o que se deseja.
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.