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Vice-governador, apresenta neste espaço temas e reflexões sobre os setores que contribuem para o desenvolvimento social e econômico das pessoas e do Espírito Santo

ES com planejamento e trabalho duro para avançar mais rápido

"Onde estou e para onde vou" costuma ser usado como uma alegoria do processo de planejamento. E é justamente aí que a continuidade faz toda a diferença

  • Ricardo Ferraço Vice-governador, apresenta neste espaço temas e reflexões sobre os setores que contribuem para o desenvolvimento social e econômico das pessoas e do Espírito Santo
Publicado em 12/07/2025 às 04h00

No último dia 3 de julho foi lançado o Plano ES 500, que propõe as estratégias de desenvolvimento para o nosso estado até 2035. Desde então, foram inúmeras entrevistas e artigos sobre o tema — todos ressaltando a importância e a qualidade do trabalho realizado.

Na última segunda-feira, dia 7, A Gazeta publicou um editorial intitulado “ES pode dar aulas de políticas de Estado para o Brasil”. É como costumo dizer: O Espírito Santo é o Brasil que dá certo!

Apesar do risco de parecer repetitivo, quero aproveitar a oportunidade para reforçar alguns pontos fortes deste novo ciclo de planejamento e o que ele representa. A começar pela forma como foi estruturado, a partir de três frentes independentes: Agenda Estratégica; Governança e Monitoramento; Engajamento Social e Comunicação.

Ou seja, além de definir a agenda, o ES 500 incorporou desde o início, e como preocupação central, o seu estabelecimento como política de Estado e o envolvimento da sociedade.

Um dos pilares de qualquer bom planejamento é o envolvimento dos atores e o processo de escuta. Quanto mais amplo o engajamento e mais abrangente a escuta, menor o risco de que as conclusões e escolhas sejam contaminadas por um viés político ou por uma visão preconcebida. E maior a garantia de que o plano será de fato executado e não apenas mais um documento bonito esquecido em alguma gaveta.

Nesse aspecto, o ES 500 Anos superou as expectativas. O processo, iniciado em 2023, percorreu todo o estado com oficinas em cada microrregião, além de várias oficinas temáticas. Mais de 1.700 pessoas foram diretamente engajadas, entrevistados 120 especialistas e mais de uma centena de instituições envolvidas. Está também em pleno desenvolvimento a Comunidade ES 500 Anos, um ambiente participativo e colaborativo para o engajamento de cidadãos e entidades, vinculado à governança da execução do plano.

Aqui está outra inovação importante: por meio da Lei nº 12.375, de 20 de março de 2025, o Governo do Estado instituiu formalmente o ES 500, com governança própria, prevendo participação compartilhada, do nível executivo ao consultivo, com representantes do setor público, privado, da academia e da sociedade civil. Com isso, o planejamento é fortalecido como política de Estado, independente dos ciclos eleitorais.

Essa evolução é, em parte, resultado da continuidade do planejamento, tema sobre o qual, segundo o editorial de A Gazeta, o Espírito Santo pode "dar aula". Esse é o terceiro ciclo iniciado em 2006, com o plano ES 2025, seguido do ES 2030, lançado em 2013.

"Onde estou e para onde vou" costuma ser usado como uma alegoria do processo de planejamento. E é justamente aí que a continuidade faz toda a diferença. Ela permite avaliar com mais segurança onde houve avanços e até que ponto esses avanços decorreram das decisões adotadas. Permite também identificar onde os resultados ficaram aquém do esperado, ou se houve retrocessos, e até se há relação com decisões passadas ou com a não antecipação de ameaças. A continuidade do planejamento possibilita um processo constante de avaliação das políticas públicas e a consolidação daquilo que está dando certo como política de Estado.

“A construção do ES 500 Anos partiu da análise situacional elaborada pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) em agosto de 2023, que reuniu indicadores sociais, econômicos e ambientais com base nos eixos do ES 2030”. (Fonte: Documento Completo - Plano de Longo Prazo ES 500 Anos)

ES 500 Anos: planejamento estratégico do Estado do Espírito Santo
ES 500 Anos. Crédito: Abdo Filho

Há evidências concretas de avanços em diversas áreas, quando comparamos com o início dos planos anteriores:

  • Em 2009, a taxa de homicídios no ES era de 58 por 100 mil habitantes, uma das mais altas do país. No início de 2025, foi de 18,5 por 100 mil habitantes, a menor desde 1996;
  • O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) tem apresentado evolução consistente;
  • A mortalidade infantil está entre as mais baixas do país e a expectativa de vida entre as mais altas;
  • A taxa de pobreza caiu de 30% em 2012 para 22,8% em 2023, ficando abaixo da média nacional. A taxa de extrema pobreza caiu de 3,3% em 2012 para 1,7% em 2024, a oitava menor taxa do Brasil;
  • A participação de produtos manufaturados nas exportações capixabas cresceu de 16,1% em 2009 para 25,23% em 2022;
  • Houve avanços relevantes também em investimentos em ciência, tecnologia e inovação.

Claro, também existem indicadores que mostram que não avançamos na velocidade que gostaríamos. Mas é exatamente aí que está a virtude do planejamento estratégico: avaliar e ajustar o rumo. Sorte ou azar são conceitos relativos. O que realmente conta são as escolhas que fazemos.

Olhando os resultados do primeiro para o terceiro ciclo podemos afirmar que estamos no caminho certo. E vamos seguir na colheita de um Espírito Santo cada vez mais forte e justo para os capixabas. Planejamento e trabalho duro são a nossa marca de continuidade. E com o ES 500 Anos, vamos acelerar o passo.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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