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Café capixaba cada vez mais competitivo no mercado global

Setor cafeeiro do Estado segue fazendo história, gerando mais de 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Muitos mais serão ofertados com a chegada de novas indústrias de beneficiamento

  • Eduardo Bortolini
Publicado em 05/03/2021 às 02h01
A live do Prêmio de Qualidade Realcafé Reserva vai ser aberto ao público
A live do Prêmio de Qualidade Realcafé Reserva vai ser aberto ao público. Crédito: Realcafé/Divulgação

A relação do café com os capixabas é histórica. Por séculos ele tem sido uma de nossas principais referências no setor agrícola. Na verdade, foi o primeiro produto da área rural cultivado maciçamente no Espírito Santo e, ainda hoje, desponta como um dos pilares da nossa economia.

A cafeicultura local se desenvolveu a partir do século XIX e, com a força dos imigrantes, ganhou o mundo. Hoje, conforme informa a Secretaria de Agricultura do Estado do Espírito Santo, somos o maior produtor de conilon e o segundo maior produtor de café do Brasil. A atividade cafeeira está presente em todo o Estado e corresponde a 43% do Produto Interno Bruto (PIB) agrícola capixaba.

Em meio a todos esses dados relevantes, é importante destacar que o setor cafeeiro capixaba segue fazendo história, produzindo café em quantidade e de qualidade. São muitos os prêmios recebidos pelos cafés especiais cultivados. Em novembro, por exemplo, o café capixaba se destacou no prêmio Coffee of the Year (COY) 2020, promovido durante a Semana Internacional do Café (SIC), o maior encontro brasileiro de cafeicultores.

O Espírito Santo foi campeão com o 1º lugar na categoria Arábica e 2º lugar na categoria Canéfora. Na categoria Fermentação Induzida Canéfora, também se classificou em 2º lugar. Conquistou, ainda, o pódio com o 3º lugar na categoria Arábica, além dos 4º e 5º lugares na categoria Canéfora.

Performances como estas são resultado do investimento que os produtores rurais e parceiros, como o governo do Estado, têm feito na gestão do conhecimento. Tradição e evolução são duas expressões que pautam o segmento. O Espírito Santo é um dos Estados que mais se moderniza em gestão e investe no desenvolvimento de pesquisa tecnológica cafeeira.

Os avanços tecnológicos são um grande aliado da cultura do café. A modernização tem permitido maior controle sobre a produção, processamento, estoque e distribuição, e levado a bons resultados como redução de perdas, aumento da produtividade e maior sustentabilidade, entre outros.

Tudo isso faz com que o interesse pelo produto capixaba cresça em todo o mundo. A exportação do nosso café tem registrado recordes históricos, em especial com o conilon, e a perspectiva é de que este bom desempenho se mantenha em alta. Entre janeiro e novembro do ano passado, o Espírito Santo já havia superado seu recorde de exportação do café conilon, comercializando 4,4 milhões de sacas, segundo dados do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCVV).

Esse cenário, já robusto, ficará ainda mais fortalecido, a partir deste ano, com a chegada de duas grandes processadoras e exportadoras de café para o Estado. A brasileira Cacique Café Solúvel, uma das grandes do país, está se instalando em Linhares e anuncia início das operações ainda para este ano. A singapuriana Olam, outra global de peso, também confirmou investimento em fábrica de café solúvel no município linharense.

Elas se somam a outras capixabas relevantes como a Realcafé, uma das maiores empresas do segmento no Brasil e no mundo, e farão do Espírito Santo um dos poucos Estados que operam toda a cadeia do café no país. E isso é muito importante porque, ao incrementarmos a industrialização do café, passamos a gerar ainda mais empregos e riquezas para o Estado. Reter o nosso grão, valorizá-lo e exportá-lo é importante estratégia que devemos buscar.

Com isso, o Espírito Santo solidifica o fechamento do ciclo do desenvolvimento do café, ao ampliar a comercialização do produto com mais valor agregado. O Estado, que já se apresenta na liderança da exportação de grãos, consolidará o ciclo da cadeia, indo da matéria-prima ao produto acabado.

Hoje, a cafeicultura gera mais de 3,5 milhões de empregos, diretos e indiretos. Imaginemos quantos mais serão ofertados com a chegada de novas indústrias de beneficiamento do café?

O autor é sócio-fundador da startup Conta Café

* Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta

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