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Café arábica do Caparaó ganha selo de denominação de origem inédito no ES

Café arábica do Caparaó ganha selo de denominação de origem inédito no ES

O selo certifica a reputação, a qualidade e as características vinculadas ao local do cultivo, mostrando que a região tem capacidade de produzir grãos diferenciados e de excelência

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 15:24- Atualizado há 3 anos

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Cafeicultores da região do Caparaó, que abrange Minas Gerais e o Espírito Santo, vêm promovendo uma série de ações para recuperar e preservar nascentes localizadas em suas propriedade. Iniciativa, que faz parte de programa de Educação Ambiental da Samarco, está ajudando a melhorar qualidade do café.
Iniciativa que promove recuperação e preservação de nascentes localizadas em propriedades na região do Caparaó está ajudando a melhorar qualidade do café. (André Berlinck)

A qualidade e a tradição do café arábica produzido no Caparaó capixaba e mineiro já são reconhecidas há muito tempo em premiações nacionais. Porém, agora, os produtores têm mais um motivo para comemorar: os grãos receberam a chamada Indicação Geográfica (IG) pela Denominação de Origem (DO) do produto, que é inédita no Estado.

O selo é reconhecido nacionalmente. Ele aponta a reputação, qualidade e características vinculadas ao local, mostrando que a região se especializou na cultura, além de ter capacidade de produzir produtos diferenciados e de excelência.

Café arábica do Caparaó ganha selo de denominação de origem inédito no ES

O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) publicou na Revista da Propriedade Industrial (RPI) desta terça-feira (2), a concessão da DO Caparaó para o café da espécie Coffea arábica produzido na região.

A Região do Caparaó está localizada na divisa entre Espírito Santo e Minas Gerais. Ela abrange os terrenos nas imediações do Parque Nacional do Caparaó. Ao todo, são 16 municípios: Dores do Rio Preto, Divino de São Lourenço, Guaçuí, Alegre, Muniz Freire, Ibitirama, Iúna, Irupi, Ibatiba e São José do Calçado, no Espírito Santo; Espera Feliz, Caparaó, Alto Caparaó, Manhumirim, Alto Jequitibá e Martins Soares, em Minas Gerais.

A Indicação Geográfica (IG) concedida pelo INPI identifica um produto como sendo originário de uma região ou localidade.Ou seja, quando uma  característica do produto é essencialmente atribuída à origem geográfica dele. Existem duas modalidades de IG: a Indicação de Procedência (IP) e Denominação de Origem (DO).

A primeira indica o nome do lugar que tenha se tornado conhecido pela produção ou fabricação de determinado produto ou prestação de determinado serviço. No Espírito Santo é o caso do cacau em amêndoas, de Linhares; das Paneleiras de Goiabeiras, de Vitória; do mármore, de Cachoeiro de Itapemirim; e do Socol, de Venda Nova do Imigrante.

Já a segunda, indica o produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam essencialmente ao meio geográfico, incluídos os fatores naturais e humanos. O café arábica do Caparaó é o primeiro produto capixaba nessa categoria. Outras solicitações de DO estão em andamento, como a da Carne de Sol do Extremo Norte Capixaba e o Inhame de São Bento de Urânia (Alfredo Chaves).

De acordo com o pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e Embrapa Café, Aymbiré Francisco Almeida da Fonseca, o Café Arábicado Caparaó teve o reconhecimento de sua Denominação de Origem (DO) aceito por suas características distintas.

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O Café do Caparaó é um produto nobre, não apenas por ser produzido nessa região geográfica, mas também pela história e tradição das pessoas que produzem esse café, pelo saber fazer e pelo reconhecimento de sua qualidade. A combinação de fatores como clima, solo e o modo de fazer o café resultam em um produto único, com notável equilíbrio na acidez, na doçura e nos aromas

Aymbiré Francisco Almeida da Fonseca
pesquisador
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Conforme o parecer técnico do Comitê de Estudos para Delimitação da área das Indicações Geográficas Caparaó e Matas de Minas para Café, a qualidade do café produzido nos municípios da região do Caparaó se dá, sobretudo, nas áreas acima de 800 metros de altitude.

“Esse diferencial de qualidade do café produzido acima de 800 metros é atribuído pelos produtores da região às condições ambientais presentes nessa altitude, aliadas ao manejo adequado no processo produtivo. Os produtores relataram um sentimento de pertencimento à região do Caparaó, elementos que credenciam o Café do Caparaó a requerer o registro de IG na modalidade DO”, explica Aymbiré.

(Com informação do Governo do Estado do Espírito Santo)

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