Publicado em 13 de novembro de 2020 às 06:01
"Ore pela minha família". O pedido foi feito pela dona de casa Renata Augusta Amaral Firme, 48 anos, às 23h14 de 11 de novembro, para a vizinha de quem era amiga. Menos de 24 horas depois, nesta quinta-feira (12), a mulher que prezava pelo bem-estar familiar foi assassinada a golpes de faca pelo marido, o representante comercial José Guilherme Firme, 56 anos, em Jardim Camburi, Vitória. Ele cometeu suicídio em seguida. >
Em um casamento de 20 anos, Renata apoiava o marido em um tratamento de câncer severo, descoberto havia três anos. "Ela contou que ele enfrentava uma depressão", contou Elaine Cristina, vizinha do casal e amiga de Renata. >
As conversas de José Guilherme com um dos irmãos também incluíam a relação com Renata, que havia tentado se separar 15 dias antes do crime. "Eu e meu irmão combinamos de ir ao advogado nesta quinta-feira (12) para conversar sobre essas questões de divórcio. Ontem à noite (11), ele me ligou desmarcando e disse que não iria mais, pois tudo estava resolvido", lembrou o irmão do representante comercial, Carlos Alberto Firme. >
O irmão disse também que José Guilherme era muito apaixonado por Renata, que não queria se separar e que chegou a avisar que se mataria. E ameaçou matá-la também. "Ele disse algumas vezes que queria se matar e que era muito apaixonado pela mulher. Eu falava para ter fé em Deus e não pensar nessas coisas. Um dia, ele disse que se fosse (morresse), ela iria junto", lamentou. >
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José Guilherme tinha ciúmes da esposa, mas era descrito como educado e discreto pelas vizinhas. "A doença o levou à depressão e acabou nessa loucura. Ele era apaixonado pela Renata, eu não sei de brigas entre eles, mas meu irmão tinha medo dela arrumar outra pessoa", detalhou Carlos Alberto. >
Renata foi assassinada dentro do apartamento do casal, no 6º nadar do edifício Estoril, no Condomínio Atlantica Ville, onde o casal morava havia 15 anos. Casados há 20 anos, o filho de 9 anos assistiu ao crime. Ao todo, foram 14 golpes de faca de cortar pão, segundo informações da Polícia Civil. Logo depois do crime, o marido se matou. >
Para as vizinhas de Renata, a dona de casa nunca deixou transparecer o que se passava. "Ela era muito simpática, mas estava passando por um momento muito difícil. Tinha um amor imenso pelo filho e jamais faria nada que pudesse prejudicá-lo. Nunca comentou nada de agressão ou briga com José Guilherme, nunca ouvi nada aqui. Ontem à tarde tomamos um café, e à noite ela me mandou essa mensagem pedindo por orações. Nunca imaginei que aconteceria essa tragédia toda", afirmou Elaine Cristina. >
Às 13h16 da quinta-feira (12), outra vizinha do casal, a cabeleireira Georgiane Góes, ligou para a polícia ao olhar da janela e avistar o corpo de José Guilherme no pátio do condomínio. "Renata era doce, tranquila e positiva. Comecei a chorar quando vi; está sendo muito difícil entender essa situação." >
Precisa de ajuda? Está angustiado? Precisando conversar? Acione o Centro de Valorização da Vida (CVV) no número 188. O atendimento é gratuito e você não precisa se identificar.>
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