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Publicado em 1 de setembro de 2022 às 16:19
Coragem de empreendedor, importância de ter rede de apoio, valorização de histórias de mulheres que estão mudando a sua realidade por meio dos negócios. Todos esses assuntos foram discutidos na manhã desta quinta-feira (1°), na palestra de abertura do projeto Todas Elas, de A Gazeta, na 1° Mostra CineMarias, realizada no Cine-Metrópolis na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). >
Com o tema “Comunicação e Empreendedorismo Periférico”, o bate-papo foi iniciada pela editora chefe de A Gazeta e CBN, Elaine Silva, que destacou a trajetória do Todas Elas, desde o seu lançamento, em 2020.>
Elaine Silva
Editora chefe de A Gazeta e CBN
Mediado pela empreendedora Manuela Amaral, a discussão contou também com a participação da jornalista Késia Moura, da trancista Mayara Queiroz, da gestora de projetos do Semente Negócios Josy Santos, e da Gerente de Comunicação e Relações Institucionais da ArcelorMittal, Jennifer Coronel.>
Durante o bate-papo, que foi transmitido on-line no site A Gazeta e contou também com tradução em libras para o público virtual, as participantes contaram as suas histórias de empreendedorismo e superação, além de destacar a importância de uma rede de apoio para lidar com as adversidades do dia a dia. >
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Manuela Amaral, mediadora do evento, comentou que a sua história de empreendedorismo começou quando ela ainda era criança e morava no bairro Santa Martha, em Vitória, onde está localizada a região de Mangue Seco.>
Manuela Amaral
EmpreendedoraJá a trancista Mayara Queiroz, que há quatro anos exerce essa profissão, contou as dificuldades que ainda enfrenta em seu ofício. >
“Eu sou cabelereira? Não. Eu sou trancista. Mas quando eu vou preencher algum cadastro, essa profissão, que é uma técnica herdada dos nossos antepassados negros, não existe. Hoje tenho orgulho de ir ao shopping e ver a quantidade de meninas e mulheres trançadas, mas nem sempre foi assim.”, comentou. >
A gestora de projetos do Semente Negócios, Josy Santos, destacou que a luta da mulher no empreendedorismo tem que passar por realidades ainda desconhecidas pela maioria da população e que a rede de apoio para lidar com as adversidades fará toda a diferença para o sucesso dos negócios. >
“Eu sou filha de uma mulher vítima de feminicídio. Olhar para o nosso passado e conseguir forças para transformar o futuro não é fácil, mas eu me formei em Administração, sou gestora de projetos e sei que a luta da mulher nos negócios é diária. A rede de apoio é fundamental nesse processo. Mas vale lembrar que nessa rede de apoio, os dois lado são beneficiados. Uma parceria é formada, e isso é fundamental nos negócios”, ressaltou. >
A jornalista Késia Moura, que também é empreendedora, ressaltou a importância da comunicação para impulsionar os negócios criados por mulheres. >
“Na periferia, como foi falado, a gente percebe que a mulher se lança ao empreendedorismo por necessidade, para colocar um prato de comida na mesa, para dar uma roupa a um filho. A comunicação vai ser decisiva para impulsionar esses negócios”, salienta. >
No bate-papo, foi questionado sobre como é desempenhar um papel de liderança em um ambiente corporativo. Para a gerente de comunicação e relações institucionais Jennifer Coronel, da ArcelorMittal, as empresas não estão preparadas para falar sobre diversidade, seja de gênero ou de raça. >
Jennifer Coronel
Gerente de Comunicação e Relações Instituicionais da ArcelorMittalDiante dessa pergunta, a editora Elaine Silva aproveitou o momento para falar sobre o quanto o projeto Todas Elas foi importante para que ela revisitasse o seu próprio propósito de vida. >
“Eu cresci na região de Caratoíra, periferia também. Minha avó era boleira, sou de uma família de mulheres fortes. Eu casei com um homem negro e tenho uma filha preta. Em 94 anos de Rede Gazeta, sou a primeira editora-chefe de redação, que é um ambiente majoritariamente feminino. Agora é hora de contar essas histórias e mostrar que outras mulheres também podem exercer cargos de lideranças, que também podem ser protagonistas de suas histórias”, disse. >
A psicóloga clínica Adriana Adão, de 39 anos, foi à palestra com o intuito de aprender sobre comunicação e empreendedorismo periférico, a fim de levar esse conhecimento para a sua vida profissional e para sua comunidade. >
“Eu sou psicóloga clínica, e atendo em um espaço de Pilates junto com uma fisioterapeuta, em Jardim Tropical, na Serra. Nós precisamos empreender para ter os nossos clientes. O nosso maior público são mulheres negras. Fiquei sabendo da palestra e vim saber o que posso aplicar no meu dia a dia”, destacou. >
Quem também estava na palestra é a artista Ana Beatriz Marinho, de 31 anos, que vai participar da exibição de curtas-metragens na Mostra CineMarias. >
“Eu estou com o curta-metragem 'Entre', trata- se de uma ficção sobre duas mulheres que se conhecem pela janela da casa delas, mas entre elas existe o Rio Tietê. Elas vão nutrindo o desejo uma pela outra… mas o final da história o público vai precisar vir aqui assistir para saber”, disse, em tom de mistério. >
Sobre a expectativa para o evento, a artista destacou que são as melhores. “Estou super feliz de estar retornando às salas de exibição, depois de um tempo dos festivais sendo realizados somente on-line. O CineMarias é uma importante janela de exibição desses curtas. É um espaço de encontro, fortalecimento de rede, conhecer outras trajetórias.>
Ana Beatriz Marinho
Artista
Ao final da palestra, foi lançada a música “O mundo todo é delas”, feita para projeto Todas Elas, pela Beth MC. >
“Espero que vocês gostem e tenho certeza que todas as mulheres vão se sentir muito representada por essa música. Começamos a prepará-la em 2020, a letra fala sobre mulheres que têm obstáculos, mas também têm a garra do seu dia a dia”, disse a cantora.>
QUINTA-FEIRA, 1º DE SETEMBRO>
SEXTA-FEIRA, 2 DE SETEMBRO>
SÁBADO, 3 DE SETEMBRO>
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