> >
Os investimentos que vão bombar em 2022 e tirar você da gangorra financeira

Os investimentos que vão bombar em 2022 e tirar você da gangorra financeira

Por conta da conjuntura, em que um cenário já ruim é agravado por variáveis incomuns, definir o melhor tipo de investimento no momento pode não ser tarefa simples, mas há opções para cada perfil de investidor; veja no vídeo

Publicado em 4 de janeiro de 2022 às 07:45

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Caroline Freitas
[email protected]
Os investimentos que vão bombar em 2022 e tirar você da gangorra financeira

Após quase dois anos lidando com a pandemia, outros problemas voltam a tomar os holofotes, como a inflação galopante, a alta das taxas de juros, a fragilidade fiscal e a instabilidade política. Todos esses fatores, em menor ou maior grau, impactam a economia e afetam o bolso da população e a rentabilidade de seus investimentos.

Neste cenário, quais são as aplicações mais vantajosas e que devem “bombar” em 2022?

Por conta da conjuntura, que vem sendo caracterizada por analistas como uma tempestade perfeita — em que um cenário já ruim é agravado por variáveis incomuns e transforma-se em uma situação caótica —, a resposta pode não ser tão simples. Entretanto, é possível encontrar boas alternativas para cada tipo de investidor.

Cada tipo, ou perfil, é estabelecido com base em algumas características: a disposição ou aversão do investidor ao risco, o objetivo da aplicação e o prazo durante o qual pretende deixar o dinheiro investido. São três perfis principais:

  • 01

    Conservador

    Aquele tipo que não admite perder nada

  • 02

    Moderado

    Aquele que se arrisca, mas não de forma exagerada

  • 03

    Agressivo ou arrojado

    Aquele que está disposto a correr riscos diante da possibilidade de grandes retornos

Como as mudanças no IR afetam os investimentos
É possível encontrar boas alternativas para cada tipo de investidor. (Pexels)

O assessor de investimentos na Valor Investimentos Bruno Hamú destaca que, em 2022, os aportes em renda fixa devem voltar a ganhar destaque. Para conter a alta generalizada de preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem elevado regularmente a taxa Selic, o que vem puxando para cima a rentabilidade de diversas aplicações.

“O mercado está precificando a Selic em 2022 em torno de 11,5% [atualmente está em 9,25%], então os pós-fixados que acompanham a taxa, por exemplo, podem ter um bom retorno. O mesmo acontece com investimentos atrelados à inflação, como CDBs [Certificados de Depósitos Bancários]. São investimentos que trazem pouco risco e terão maior crescimento.”

Fatores de risco?
Cenário político e econômico acende sinal de alerta. (Canva/Montagem: Caroline Freitas)

Os fundos de crédito privados, assim como os títulos públicos, como o Tesouro Selic e Tesouro IPCA, também seguem tendência de alta e devem entregar rentabilidade interessante no próximo ano.

A renda fixa é mais segura e, por isso, costuma ser indicada aos investidores conservadores, ou que têm objetivos de curto prazo, caso em que investir em renda variável acaba sendo muito arriscado.

Geralmente oferece menor retorno, entretanto, os reajustes da Selic elevam o valor do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), índice utilizado como referência no mercado de renda fixa, e tem tornado essas aplicações mais vantajosas.

Em todo caso, Hamú destaca que a diversificação de investimentos é indicada em qualquer cenário. “Projeções muito certas no Brasil são muito difíceis de serem feitas. Temos muitos problemas internos então a diversificação é importante porque ajuda a preparar para todos as possibilidade”

No curto prazo, a alta de juros é, de certa forma, considerada uma inimiga da renda variável. Entretanto, segundo avaliação do sócio-fundador da Pedra Azul Investimentos, Lélio Monteiro, isso não significa que é preciso desistir de investir na Bolsa de Valores, por exemplo, principalmente se o investidor trabalha com um plano de longo prazo. Isso porque, embora o mercado de ações oscile, apresenta ganhos consistentes em intervalos de múltiplos anos.

“É interessante dar preferência a empresas sólidas e de setores essenciais, que não terão severas alterações, como energia, petróleo, mineração, que tendem a continuar com uma altíssima rentabilidade. Além disso, ações de empresas com bom balanço, bom fluxo de caixa, é algo que sempre vale a pena ter na carteira.”

Monteiro observa, contudo, que pode haver uma instabilidade geral no próximo ano por conta das eleições presidenciais. O mercado tende a escolher um candidato favorito e a Bolsa acaba tendo oscilações mais fortes, para cima ou para baixo, conforme esse candidato avança ou despenca nas pesquisas.

Uma possibilidade para se proteger desses riscos e talvez até lucrar mais é ter ativos internacionalizados na carteira, como investimentos em fundos ou em BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que são certificados de depósito de valores mobiliários emitidos no Brasil, que representam ações de companhias abertas com sede no exterior.

“O principal índice americano, por exemplo, cresceu muito recentemente e grande parte disso foi por causa de empresas como Amazon, Google, Tesla, em que o investidor brasileiro consegue investir. Os valores vão variar de acordo com o BDR, mas não é nada tão inacessível.”

Um BDR da Amazon, por exemplo, está na casa dos R$ 120 atualmente. Do Google, em torno de R$ 110. Já para investir em um BDR do Facebook, será preciso desembolsar, em média, R$ 67.

Além da oscilação das empresas na Bolsa,  o investidor brasileiro lucra com a exposição cambial. Ou seja: quando o dólar se valoriza em relação ao real, como ocorreu neste ano, também há ganho.

“Além dos BDRs, existem fundos de investimentos que podem ser dolarizados ou não, e tanto de renda fixa, quanto variável. Nem sempre os investimentos internacionais estão disponíveis para qualquer investidor [sem abrir conta em corretora no exterior], mas existem.”

O QUE ESPERAR DOS INVESTIMENTOS EM 2022

Renda fixa

Com o aumento da Selic, os títulos da dívida pública (Tesouro Direto), que são mais seguros, devem apresentar uma rentabilidade ainda maior. O mesmo ocorre com os rendimentos da categoria renda fixa e pós-fixados, que acompanham as taxas de juros. Títulos prefixados atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA, também podem ser opções interessantes.

Outros investimentos que vão se tornando mais vantajosos são os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que são títulos emitidos pelos bancos para captar recursos de investidores e emprestar a pessoas ou empresas, com juros mais altos.

Outro exemplo é a Letra de Câmbio, um título de renda fixa da mesma família do CDB e das LCIs/LCAs (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio). Contudo, em vez de ser um título emitido por bancos, é utilizado por financeiras para captar recursos no mercado e emprestar aos clientes e frequentemente paga mais que os CDBs.

Outra opção de investimento em renda fixa é a poupança. Entretanto, agora que a Selic ultrapassou o patamar de 8,5%, mesmo que a taxa continue sendo elevada, a caderneta só renderá 0,5% ao mês mais a TR (Taxa Referencial), ou 6,17% ao ano. Com a inflação acima desse patamar, nem mesmo há ganho.

Renda variável

O cenário político e econômico traz bastante incerteza para os investidores, e isso tem refletido na cotação dos ativos de renda variável, que apresentaram tendência geral de queda nos últimos meses. Conforme noticiou A Gazeta, a Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, teve 2° pior desempenho no mundo em 2021.

Apesar disso, parte relevante das empresas vive um excelente momento, com baixo endividamento, caixas robustos e lucros crescentes, o que acaba sendo uma oportunidade para o investidor que pode aproveitar o momento de preços mais baixos para adquirir ações com boas possibilidades de lucro no longo prazo.

É interessante dar preferência a empresas sólidas e de setores essenciais, cuja demanda é constante, como, por exemplo, energia, petróleo, mineração.

Investimentos no exterior

Uma possibilidade é investir em BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que são certificados de depósito de valores mobiliários emitidos no Brasil, que representam ações de companhias abertas com sede no exterior. Além da oscilação das empresas na bolsa, o investidor brasileiro lucra com a exposição cambial. Ou seja: quando o dólar se valoriza em relação ao real também há ganho.

Outra opção é aplicar dinheiro em fundos de investimentos no exterior. A opção mais simples e regularmente recomendada é por um fundo que acompanhe o S&P 500, referência do mercado americano.

*Com informações da Agência Folhapress

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais