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'Cocô de fita': entenda o sinal de alerta de câncer relatado por Preta Gil

'Cocô de fita': entenda o sinal de alerta de câncer relatado por Preta Gil

A condição se dá quando as fezes perdem o formato cilíndrico habitual e passam a ter uma espessura mais fina ou mais achatada que o habitual

Publicado em 23 de julho de 2025 às 16:29

Preta Gil
Preta Gil tratou o câncer de intestino durante dois anos Crédito: Reprodução @pretagil

cantora Preta Gil, que faleceu nessa semana, havia contado em entrevista no programa "Mais Você" que conviveu com sintomas por cerca de seis meses antes de buscar ajuda. Durante a conversa com Ana Maria Braga, Preta relatou que notou um formato estranho nas fezes. "Ela saía achatada e eu achava normal". Os sinais, no seu caso, indicavam um câncer de intestino em estágio já preocupante. Um deles era o "cocô de fita", com o formato achatado.

Além disso, a cantora contou que sofria com crises de prisão de ventre que chegava a ficar dez dias sem evacuar. Também notou a presença de sangue e muco nas fezes.

O oncologista Cintia Givigi, do Hospital Santa Rita, diz que quando alguém fala em 'cocô de fita', ou 'fezes em fita' no termo médico, está se referindo a forma das fezes, que saem finas, achatadas, alongadas como uma fita ou um cordão - diferente do formato cilíndrico habitual.

"Mudanças no formato das fezes geralmente indicam que algo está obstruindo ou comprimindo o reto ou o intestino como, por exemplo, tumores coloretais, estreitamento do intestino causado por inflamações benignas como doença de Crohn ou alguma cirurgia prévia que tenha causado um estreitamento do intestino".

A médica diz que o paciente deve ficar preocupado quando as fezes estiverem em fitas e deve procurar atendimento médico para avaliação.

A cirurgiã oncológica Isabela Bartelli Fonseca, da Unimed Vitória, explica que em alguns casos, a mudança pode indicar a presença de uma tumoração na porção final do intestino (chamado de reto), diminuindo o espaço por onde passam as fezes.

Isabela Bartelli Fonseca
Isabela Bartelli Fonseca Crédito: Divulgação Isabela Bartelli

Isso dificulta a passagem das fezes pelo local, fazendo com que seu formato se altere, tornando-se mais fino

Isabela Bartelli

Cirurgiã oncológica

A condição pode indicar que uma lesão está dificultando a passagem no intestino. "A pessoa deve-se ficar alerta quando ocorre mudança do formato habitual das fezes, quando a frequência das evacuações muda e a pessoa fica muitos dias sem evacuar", diz Isabela Bartelli.

O sangue nas fezes também é sinal de preocupação. Já que existem causas benignas de sangramento intestinal, como hemorroidas e fissura anal. "Porém, o sangramento pode ser sinal de que existe uma tumoração no intestino. De toda forma, qualquer sangramento nas fezes precisa ser investigado por um médico".

Veja os sintomas do câncer de intestino 

Nas fases iniciais, o câncer de intestino geralmente não costuma causar sintomas, por isso é tão importante a realização de exames preventivos como a colonoscopia para a detecção precoce da doença. 

Os sintomas 

  • Dor ou desconforto abdominal
  • Alteração do hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre)
  • Sangue nas fezes
  • Emagrecimento sem causa aparente
  • Anemia
  • Fraqueza

A oncologista Juliana Alvarenga conta que também pode ocorrer a mudança no padrão de funcionamento do intestino. "Outra fator também que o paciente pode ter são mudanças na consistência das fezes, ele pode começar a fazer fezes em formato de fitas, aquelas fininhas ou em bolinhas, que é chamado de fezes de cabrito".

A médica diz que o câncer de intestino é o que está mais associado aos hábitos de vida. "O risco está em ter uma dieta rica em carne vermelha, em embutidos e industrializados. Obesidade, sedentarismo, história familiar positiva de câncer de colo também são fatores para termos atenção. Além de doenças inflamatórias intestinais, já que elas também podem estar relacionadas a um risco aumentado. O tabagismo também é um fator de risco", diz Juliana Alvarenga.

O câncer intestinal pode ser prevenido a partir da realização da colonoscopia, já que 90% dos tumores nascem como adenomas benignos que levam de cinco a 10 anos para se tornarem adenocarcinoma maligno. Desta forma, a colonoscopia, realizada a cada 3 a 5 anos a partir dos 45 anos, pode prevenir o surgimento de até 90% do câncer colorretal, retirando os adenomas antes de evoluírem para malignidade. 

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