Câncer de intestino: saiba os primeiros sintomas da doença

Os principais fatores relacionados ao risco de desenvolver câncer colorretal referem-se a hábitos do dia a dia que podem ser evitados

Câncer de intestino

O câncer de intestino é o segundo principal tumor na vida de homens e mulheres. Crédito: Shutterstock

O câncer de intestino se manifesta com a presença de tumores localizados na região do intestino grosso, chamada cólon, no reto e no ânus. Março é o mês escolhido para a conscientização de prevenção e tratamento da doença.

"É o câncer que acomete todo o intestino, porém a localização mais comum dos tumores está na região do intestino grosso e no reto. É o segundo principal câncer na vida de homens e mulheres, perdendo no homem somente para o câncer de próstata, e para mulheres ara o câncer de mama. E o mais importante: é o terceiro câncer de maior mortalidade. É um dos poucos tipos que surge a partir de uma lesão benigna, ou seja, sem gravidade e que demora cerca de 10 até 15 anos para evoluir para o câncer", diz gastroenterologista Alex Baia, da Sociedade de Endoscopia Digestiva do Espírito Santo. 

Nos últimos meses, o câncer colorretal ganhou evidência por acometer pessoas conhecidas, como os jogadores de futebol Pelé e Roberto Dinamite, que vieram a óbito no ano passado, e as cantoras Simony e Preta Gil, que seguem em tratamento oncológico. Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê o surgimento de 44 mil novos casos entre 2023 e 2025 no Brasil. Ao todo, 610 novos casos desse câncer poderão surgir a cada ano no Espírito Santo no mesmo período. Por isso, é importante estar atento aos sinais.

OS PRIMEIROS SINTOMAS DA DOENÇA 

  • Presença de sangue nas fezes;

  • Anemia por deficiência de ferro;

  • Alteração no aspecto das fezes (fezes finas);

  • Alteração do padrão intestinal (constipação, diarreia ou ambos intercalados);

  •  Emagrecimento e dor abdominal;

  • Sensação de estufamento ou inchaço no abdome.

De acordo com a coloproctologista Mônica Vieira Pacheco, da Rede Meridional, o número de casos de câncer de intestino está crescendo no Brasil e a maioria dos diagnósticos é feita num estágio avançado da doença. “Cerca de 85% dos casos são diagnosticados em fase avançada, quando a chance de cura é menor. Por isso, a relevância de campanhas como o 'Março Azul', para alertar sobre o diagnóstico e tratamento precoce”. 

A médica explica que o tumor atinge o intestino grosso (cólon), reto (final do intestino) e o ânus. "É mais comum em homens e mulheres com mais de 45 anos ou em pessoas que tenham casos na família".

FATORES

Segundo a médica oncologista Virgínia Altoé Sessa, os principais fatores relacionados ao risco de desenvolver câncer colorretal referem-se a hábitos do dia a dia que podem ser evitados. “Consumo exagerado de alimentos processados, alimentação pobre em fibras e tabagismo são hábitos nocivos que favorecem o surgimento desse tipo de tumor. Há outros fatores, como idade maior que 50 anos e histórico familiar. Mas, como esses nós não podemos mudar, é importante focar nas medidas de prevenção”, explicou.

A médica diz que o principal exame capaz de detectar esse tumor, inclusive na fase inicial, é a colonoscopia, que deve ser feita a partir dos 45 anos, mas se houver histórico familiar da doença, o procedimento deve ser realizado 10 anos antes da idade em que esse parente manifestou o câncer. 

"Não é todo tumor colorretal que necessita do uso da bolsa colostomia, depende da parte do intestino acometida. Quando necessária, em alguns casos a colostomia também pode ser temporária"

"Não é todo tumor colorretal que necessita do uso da bolsa colostomia, depende da parte do intestino acometida. Quando necessária, em alguns casos a colostomia também pode ser temporária"

Virgínia Altoé Sessa

PREVENÇÃO

O câncer de intestino é um dos poucos tipos que permite a prevenção, pois surge a partir de uma lesão benigna: um pólipo ou lesão plana (adenoma ou lesão serrilhada) no cólon ou reto, que demora cerca de 10 até 15 anos para evoluir para o câncer. “Pelo menos três em cada 10 pessoas com idade de 50 anos já apresentam esta lesão. Portanto, o ideal é fazer o exame preventivo, antes dos sintomas aparecerem”, ressalta Roseane Bicalho, gastroenterologista da Unimed Vitória. 

Além da colonoscopia, é possível fazer a pesquisa de sangue oculto nas fezes anualmente, que permite diagnosticar o câncer ou uma lesão que esteja sangrando, mais precocemente, antes dos sintomas aparecerem. "Este exame não é recomendado para prevenção em pessoas com histórico familiar de câncer de intestino ou que fizeram colonoscopia a menos de 5 anos. Se positivo, a colonoscopia é recomendada para detectar e retirar a lesão", diz Roseane Bicalho. 

"Os parentes de primeiro ou segundo grau de pessoas que tiveram câncer de intestino são considerados de alto risco e devem realizar colonoscopia a cada cinco anos, a partir dos 40 anos de idade. Em caso de câncer hereditário (mais de dois parentes com câncer de intestino ou diagnóstico antes dos 50 anos de idade) este exame pode ser indicado mais precocemente e com menor intervalo, após aconselhamento genético"

"Os parentes de primeiro ou segundo grau de pessoas que tiveram câncer de intestino são considerados de alto risco e devem realizar colonoscopia a cada cinco anos, a partir dos 40 anos de idade. Em caso de câncer hereditário (mais de dois parentes com câncer de intestino ou diagnóstico antes dos 50 anos de idade) este exame pode ser indicado mais precocemente e com menor intervalo, após aconselhamento genético"

Roseane Bicalho

TRATAMENTO

O câncer de intestino é uma doença tratável e geralmente curável. A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos, estruturas que fazem parte do sistema de defesa do corpo, dentro do abdômen.  "Levamos em consideração a localização, tamanho e características do tumor, podendo ser indicada a realização de cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia", diz o gastroenterologista Alex Baia.

A coloproctologista Mônica Vieira Pacheco explica que outras etapas do tratamento incluem a radioterapia, associada ou não à quimioterapia, para diminuir a possibilidade de retorno do tumor. "O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor". 

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