Publicado em 3 de dezembro de 2020 às 16:03
Se antes a vitória era celebrada com uma taça, dessa vez ela foi simbolizada por uma lata de energético. Em tom de ironia, o candidato Arnaldinho Borgo (PODE), no domingo (29), ergueu um Red Bull para provocar o segundo colocado das eleições para prefeito de Vila Velha. >
Isso porque durante um debate realizado por A Gazeta, Max Filho (PSDB) ironizou o rival que, em uma entrevista, afirmou a necessidade de se ter energia para governar a cidade. O candidato do PSDB disse que os problemas do município não seriam resolvidos tomando Red Bull. >
De cima do trio elétrico, Arnaldinho Borgo rebateu as provocações ao lado do vice Victor Linhalis (Solidariedade), e do prefeito de Viana e presidente estadual do Podemos, Gilson Daniel. Me chamaram de menino, mas esse menino tem muita energia e não precisa de Red Bull para comandar Vila Velha, alfinetou. >
Essa polêmica bebida sempre levantou discussões na sociedade em relação ao consumo excessivo que pode levar à dependência ou a combinações perigosas com bebidas destiladas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já considerou o energético como um perigo em potencial para a saúde pública. Diante de tantas informações, ouvimos especialistas para nos revelar quais os reais problemas em se tomar essa bebida estimulante.>
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Para a nutricionista Juliana Tinelli consumir energético em excesso pode representar riscos do indivíduo, mas é importante avaliar alguns fatores antes. Ela afirma que cada um responde de forma diferente ao produto, podendo apresentar problemas cardíacos, hipertensão, insônia e até queda de rendimento. >
Tudo isso devido à composição dos energéticos que contêm ingredientes estimulantes e grandes quantidades de açúcar, além de cafeína (em quantidades exageradas), taurina e inositol. >
Mas o que causa a dependência é o excesso. A pessoa que ingere muito pode sofrer uma queda de energia muito brusca no organismo após consumir, chamada de efeito rebote. Isso causa uma dependência porque ela sente a necessidade de ficar o tempo todo ligado, estimulando essa produção, comentou a nutricionista.>
Betina Rezende, 23, trabalha com marketing e tem o energético como parte da rotina. Ela conta que amigos e familiares frequentemente a questionam sobre o consumo da bebida, e que desde o início da quarentena tem tentado reduzir as doses.>
Há 3 anos, mais ou menos, eu tive uma hiperglicemia com o excesso de açúcar do energético e acabei desmaiando. Desde então, tenho reduzido o consumo e prestado mais atenção na composição das bebidas. A quarentena também ajudou nesse processo, porque o home office me deu novos hábitos de trabalho e uma rotina de sono melhor, relatou Betina. >
Quando combinado com outras substâncias estimulantes, o energético pode ser fatal. Em novembro do ano passado, Isabella Bueno, de 19 anos, morreu em Londrina, no Paraná, após ter misturado a bebida com cerveja. De acordo com a família, ela já apresentava quadros de problemas cardíacos e teve uma parada cardiorrespiratória com a combinação. >
Muitos jovens costumam misturar o energético com bebidas destiladas, o que eleva a pressão arterial. Os batimentos cardíacos ficam acelerados e podem demorar até dois dias para voltar ao normal, destacou a cardiologista Kátia Vasconcellos. >
Ela acrescenta ainda que muitas pessoas utilizam a bebida para enganar o cansaço e aumentar o desempenho do organismo. O perigo desse tipo de conduta é acabar mascarando outros tipos de doença. Por isso, o recomendado é regular o sono, levar uma vida mais saudável, se alimentar bem e consumir as vitaminas recomendadas. >
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