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Avós e netos: como respeitar a distância e manter o afeto na quarentena

Avós e netos: como respeitar a distância e manter o afeto na quarentena

Segundo a psicóloga e comentarista da Rádio CBN Vitória, Adriana Müller, o isolamento social não é sinônimo de solidão. Manter o relacionamento com pessoas queridas é importante

Publicado em 9 de abril de 2020 às 17:36

Em isolamento, idosos podem ter companhia da família pela internet
Em isolamento, idosos podem ter companhia da família pela internet, fazendo videochamadas, por exemplo Crédito: Freepik

O isolamento social, medida imposta pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), é extremamente importante para frear a disseminação do vírus. Assim como as pessoas precisam se distanciar presencialmente do trabalho, a quarentena também altera a forma como os familiares e amigos se relacionam. Há um grupo, em especial, que tem sentido bastante nesse momento: os avós.

Em entrevista ao jornalista Fábio Botacin, da Rádio CBN Vitória, durante o quadro CBN e a Família, a comentarista Adriana Müller chamou atenção para a importância de manter o contato entre netos e avós, mas garantindo a segurança dos mais velhos. Afinal, em sua maioria, os vovôs e vovós fazem parte do grupo de risco da Covid-19. 

Adriana Müller alerta que manter o distanciamento social não significa ficar sozinho, sem contato com quem amamos. Ela explica que as pessoas com idade avançada precisam ser amparadas e continuar convivendo com a família durante a quarentena.

"É um período de grande aprendizado com relação aos avós e vejo dois aspectos importantes. O primeiro é que pessoas com mais de 60 anos não se veem como incapazes, como velhos. Por isso, eles estão em casa porque são obedientes, respeitam a quarentena. Segundo aspecto, mais efetivo, mostra a importância da convivência. Estar com os filhos e netos é uma forma de recarregar energias, momento de atenção e carinho", disse a comentarista.

Ainda de acordo com Adriana é possível administrar o  isolamento, ressignificar a saudade e criar formas de estar perto.

"Entramos na terceira semana, administrar a longo prazo é algo que exige flexibilidade, uma atitude de respirar, de enxergar a situação de forma diferente", conta a psicóloga.

VEJA ALGUMAS DICAS DA PSICÓLOGA:

Dicas aos avós:

1 - Não foque no isolamento, na saudade, porque ela pode ficar ainda mais difícil. É importante focar na parte positiva da história. O que tem de positivo? Estou me cuidando, não gero preocupações, o fato de eu estar gerando um autocuidado é um aspecto positivo. 

2 - Use a criatividade e as habilidades manuais para preparar coisas para os filhos e netos. Ninguém está impedido de preparar um bolo e enviar para os netos. O circuito de dar e receber pode continuar acontecendo, estamos apenas distantes fisicamente. Pintar ovos de páscoa, preparar máscaras de proteção contra o coronavírus, são alguns exemplos de mimos que podem ser feitos pelos avós para os filhos e netos.

3 - Faça um mural onde você possa colocar bilhetes e fotos que os filhos podem enviar. Deixar a presença das pessoas queridas concreta. 

Dicas aos netos:

1 - Pense em como posso estar presente e ser um presente? É importante ligar diariamente, saber se eles estão precisando de algo. O contato diário é muito importante, ainda mais para essas pessoas que são de uma época em que os amigos se encontravam pessoalmente com mais frequência. Faça uma videochamada, é importante a comunicação corporal.

2 - Quando fizer compras, lembre-se deles, compre alguns mimos, inclua uma guloseima, um presente e leve para eles. Faça bilhetinhos para o mural. Quando deixar as compras procure interagir olho no olho, mantenha uma distância segura, mas esteja presente.

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