Publicado em 6 de dezembro de 2019 às 19:40
Sentindo fortes dores abdominais e inchaço em uma das pernas, uma adolescente de 16 anos foi parar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital de Vitória, no último final de semana. O diagnóstico? Trombose venosa após uso prolongado de anticoncepcional.>
Não é de hoje que, na medicina, se associa o uso de pílulas anticoncepcionais com o risco de trombose. Especialistas afirmam que esse tipo de ocorrência é comum. Mas não em pacientes tão jovens. >
O cirurgião vascular Brenno Seabra, que atendeu a adolescente, disse que ficou surpreso ao constatar a causa da trombose em uma paciente dessa faixa etária e com tamanha gravidade. "Na adolescência isso não é muito frequente. Pode ter ocorrido por causa de um outro gatilho. Mas nessa paciente em especial não encontramos ainda. Ela não tinha outros fatores de risco", conta ele.>
A jovem tomava o medicamento havia quatro meses e, segundo a família, o objetivo era tratar um quadro de acne. Na última semana, ela começou a sentir dores abdominais e foi ao Pronto-Socorro. Exames de rotina identificaram uma infecção urinária, que começou a ser tratada com antibiótico. Só que as dores continuaram e o mal-estar evoluiu para um inchaço na perna esquerda. Na madrugada do último final de semana, a adolescente foi levada novamente ao hospital, onde os médicos já desconfiaram de uma trombose devido aos sintomas. Na trombose, ocorre coágulo sanguíneo dentro da veia, que fica entupida.>
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"Uma tomografia apontou que se tratava de uma trombose abdominal. Nesse caso, o tratamento tem que ser imediato. Por isso, ela foi internada na UTI e passou por uma cirurgia por cateterismo para que o coágulo fosse aspirado, que chamamos de trombectomia. Depois, ele ficou mais 24 horas internada, com um catéter na veia para dissolver o restante do coágulo. Precisava ser monitorada porque havia o risco de outro tipo de sangramento, porque o remédio afina muito o sangue", explica Seabra.>
Segundo o médico, a adolescente teve alta em 48h e vai precisar tomar medicamentos por pelo menos mais seis meses.>
A família da adolescente preferiu não dar entrevista.>
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