Publicado em 31 de julho de 2021 às 23:00
Na primeira tentativa, em 2012, Bruno Fratus ficou com a quarta posição nos 50 metros nado livre, a dois centésimos do pódio. Na segunda, em 2016, a decepção com o sexto lugar agravou um quadro de depressão. Na terceira, em Tóquio, em 2021, o brasileiro conquistou a tão desejada medalha olímpica. >
Na noite deste sábado (31), o velocista de 32 anos ficou com o bronze ao completar a prova mais rápida dos Jogos em 21s57. O lugar no pódio no centro aquático de Tóquio se materializou como recompensa para um atleta obstinado e que na última década sempre brigou para chegar entre os primeiros. >
Um dos mais regulares dos 50 m, ele já completou a distância abaixo de 22 segundos em 91 ocasiões, bem à frente do segundo colocado nesse critério, o americano Nathan Adrian (65). >
Fratus tem ainda quatro medalhas em Campeonatos Mundiais. Nos Jogos de Londres, quando cultivava uma rivalidade nacional na prova com o campeão olímpico de 2008 Cesar Cielo, ele esteve muito perto de tirá-lo do pódio, mas isso não aconteceu. Faltaram aqueles dois centésimos. >
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Quatro anos mais tarde, ele saiu da piscina no Rio visivelmente decepcionado com a sexta posição. O que veio na sequência se revelou pior. Ao dizer ironicamente em entrevista logo após deixar a água que estava "felizão" com o resultado, acabou bombardeado por críticas. >
Ele se desculpou na sequência, mas o estrago estava feito e aumentou a frustração. >
"Fui deixado de lado por muita gente que eu achava que iria me apoiar numa situação como aquela. Eu me senti muito sozinho por um momento. É fácil apoiar alguém que está indo bem, mas quando a pessoa cai é aí que você vê quem são seus verdadeiros fãs e amigos", disse o brasileiro ao Olympics.com em 2020. >
Até o fim de 2016, Fratus viveu momentos difíceis. Engordou 12 quilos e nadou competições apenas por razões contratuais, nas quais não gostaria de estar. Em 2017, quando começou a ser treinado pela esposa e nadadora olímpica Michelle Lenhardt, as coisas voltaram a engrenar. >
O brasileiro foi medalhista de prata na prova dos 50 m do Mundial de Budapeste, com o melhor tempo da carreira (21s27) e repetiu o vice na edição seguinte, em 2019, em Gwangju, na Coreia do Sul. >
Durante este ciclo olímpico, Fratus sempre esteve entre os nomes mais cotados do Brasil para conquistar uma medalha no Japão. Também consolidou seu papel de liderança em meio a um processo de renovação da natação brasileira. "Não gosto muito de me intitular líder, chamar a coisa para mim. Eu sou fã de liderar pelo exemplo. É muito raro eu chegar e puxar alguém para conversar, mas quem quiser seguir o exemplo e aprender, porque eu estou fazendo isso já faz um tempo, que venha junto que eu ensino com o maior prazer", disse durante a disputa dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. >
Ele acaba de ampliar esse repertório. Fratus conquistou a segunda medalha da natação brasileira em Tóquio, após o bronze de Fernando Scheffer nos 200 m livre. É a 14ª do país nas piscinas em Jogos. Ele também repetiu Cielo e Fernando Scherer como medalhistas na prova mais veloz do programa olímpico.>
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