Publicado em 8 de julho de 2020 às 16:18
O presidente Donald Trump ameaçou bloquear o aplicativo TikTok nos Estados Unidos em retaliação à China, e disse que essa seria "uma das muitas" maneiras de atingir o regime de Pequim que, segundo Trump, é o responsável pela pandemia de coronavírus.>
"É algo que estamos vendo, sim", disse o líder americano em entrevista à emissora Gray Television, nesta terça-feira (7). "É um grande negócio. Veja, o que aconteceu com a China com esse vírus, o que eles fizeram neste país e no mundo inteiro é vergonhoso.">
O TikTok, aplicativo especializado em vídeos curtos, pertence à empresa chinesa ByteDance. O governo americano suspeita que a China use esse e outros aplicativos para espionar seus usuários.>
Na segunda-feira (6), o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que o país considera proibir o TikTok e outros aplicativos chineses em nome da privacidade e da segurança nacional.>
>
Durante entrevista à Fox News, Pompeo afirmou que o governo Trump "está levando isso muito a sério", e que os EUA têm trabalhando nos "problemas" da tecnologia chinesa.>
O secretário ainda recomendou que os americanos não baixem o aplicativo, sob risco de que informações privadas caiam "nas mãos do Partido Comunista Chinês".>
Em junho, usuários do TikTok e fãs de k-pop disseram ter sido responsáveis pelo esvaziamento do primeiro comício em meses de Trump.>
Os grupos pediram que as pessoas se cadastrassem para ir ao evento em Tulsa, no estado de Oklahoma, sem a real intenção de comparecer, inflando o número previsto de espectadores para 1 milhão. O público foi de 6.200 pessoas.>
Embora Trump ainda não tenha anunciado medidas mais concretas contra o aplicativo, o TikTok está sendo investigado pela Comissão Federal de Comércio e pelo Departamento de Justiça dos EUA.>
A suspeita é que o aplicativo esteja coletando informações sobre crianças menores de 13 anos sem a autorização dos pais, o que violaria as leis americanas de privacidade e um acordo prévio da ByteDance com autoridades do país.>
Um porta-voz da empresa se defendeu e disse que o TikTok leva a "segurança a sério para todos os usuários", acrescentando que, nos EUA, "acomoda usuários com menos de 13 anos em uma experiência limitada de aplicativo que introduz proteções adicionais de segurança e privacidade projetadas especificamente para um público mais jovem".>
Em resposta às declarações de Trump e Pompeo, o porta-voz ressaltou que o CEO do TikTok -Kevin Mayer, ex-executivo da Disney-, e os principais líderes dos departamentos de segurança, proteção, produtos e políticas públicas são americanos.>
"Nós nunca fornecemos dados do usuário ao governo chinês, nem o faríamos se solicitado.">
Na segunda-feira (6), o TikTok anunciou a suspensão do aplicativo em Hong Kong, em reação às manobras de Pequim para censurar a internet no território semiautônomo.>
Outros gigantes das redes sociais, como Facebook, Google e Twitter, também anunciaram que não vão mais responder aos pedidos da China e das autoridades de Hong Kong sobre informações de seus usuários.>
No final de junho, a China aprovou uma controversa lei de segurança nacional que pune atos de subversão, secessão, terrorismo e conluio com países estrangeiros em Hong Kong. A legislação provocou uma onda de críticas a Pequim, acusada de restringir direitos e liberdades individuais.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta