Publicado em 26 de fevereiro de 2020 às 14:41
As redes sociais já estão repletas de usuários preocupados com sua saúde após a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus no Brasil. Entretanto, não há razão para pânico. Medidas simples, como a boa higienização das mãos, por exemplo, são eficazes como métodos preventivos. >
A OMS (Organização Mundial da Saúde) trabalha com as autoridades chinesas e especialistas do mundo todo para saber mais sobre esse vírus, como ele afeta as pessoas, como deve ser o tratamento e o que os países podem fazer para responder a essa crise. >
COMO O VÍRUS É TRANSMITIDO? >
Provavelmente o novo coronavírus é transmitido através de tosse e espirro, assim como outros vírus respiratórios.>
>
Os cientistas ainda estão tentando entender quão facilmente ele é passado para outras pessoas. Uma análise de uma família infectada publicada na revista médica Lancet sugere que o vírus passou de uma pessoa doente para outras seis; só duas delas tiveram contato com o doente inicial. >
Segundo a OMS, a fonte primária do surto tem origem animal, e as autoridades de Wuhan disseram que o epicentro da epidemia era um mercado de peixes e animais vivos.>
Mais tarde, ficou provado que o vírus se espalhou entre seres humanos que não tiveram contato com o mercado.>
O Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças analisou 198 casos confirmados de infecção em Wuhan e descobriu que 22% das pessoas tiveram contato direto com o mercado de peixes e 32% tiveram contato com pessoas que estavam com febre ou tinham uma doença respiratória. Metade delas, porém, não teve contato nem com o mercado nem com qualquer pessoa doente. Dezesseis profissionais da saúde se infectaram ao cuidar de pacientes.>
QUAL É O PERÍODO DE INCUBAÇÃO? >
De dois a 14 dias.>
QUAL É O PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE?>
De uma forma geral, a transmissão viral ocorre apenas enquanto persistirem os sintomas. É possível a transmissão viral após a resolução dos sintomas, mas a duração do período de transmissibilidade é desconhecido neste caso. Durante o período de incubação e nos casos assintomáticos não há contágio.>
QUAIS SÃO OS SINTOMAS? >
Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, há casos assintomáticos e também infecções de vias aéreas superiores semelhantes ao resfriado (com coriza, febre e dificuldade para respirar) e até casos graves com pneumonia e insuficiência respiratória aguda, com dificuldade respiratória. Radiografias do peito de pacientes infectados apontaram infiltrações nos pulmões.>
Crianças, idosos e pacientes com baixa imunidade podem apresentar manifestações mais graves. No caso do covid-19, ainda não há relato de infecção sintomática em crianças ou adolescentes. >
Como a China compartilhou com a comunidade internacional o sequenciamento do vírus, os países conseguem confirmar os casos de infecção pelo vírus covid-19.>
Em caso de suspeita e de histórico de viagem para os países afetados, especialmente a China, é recomendável procurar um serviço de saúde.>
COMO SE PROTEGER?>
Segundo a OMS, as medidas protetoras gerais são:>
- Lavar frequentemente as mãos usando álcool em gel ou água e sabão, especialmente após contato com pessoas doentes e antes de se alimentar;>
- Quando tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz com as mãos ou lenços descartáveis;>
- Evitar o contato próximo com quem tiver febre e tosse;>
- Em caso de febre, tosse e dificuldade para respirar, buscar ajuda imediata e compartilhar o histórico de viagens com os profissionais de saúde;>
- Manter os ambientes ventilados;>
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca.>
Máscaras cirúrgicas podem ajudar a limitar o espalhamento de doenças respiratórias, mas por si só não são garantia de prevenção e devem ser combinadas com as medidas de higiene citadas acima, segundo a OMS.>
A entidade aconselha o uso racional de máscaras para evitar desperdício, ou seja, usá-las apenas em caso de sintomas respiratórios, suspeita de infecção por coronavírus ou em caso de profissionais que estejam cuidando de casos de suspeita.>
EXISTE TRATAMENTO?>
Não há um medicamento específico para a infecção. Indica-se repouso e ingestão de líquidos, além de medidas para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos, segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia.>
Nos casos de maior gravidade com pneumonia e insuficiência respiratória, suplemento de oxigênio e mesmo ventilação mecânica podem ser necessários. >
Após questionamentos de usuários das redes sociais, a OMS ressaltou que não é possível utilizar antibióticos para prevenir ou tratar infecção por coronavírus. Os antibióticos funcionam apenas contra bactérias.>
MULTIVITAMÍNICOS, OZONIOTERAPIA E 'SHOTS' DE IMUNIDADE PROTEGEM DO CORONAVÍRUS?>
Não. Os supostos tratamentos preventivos contra o novo coronavírus que circulam na internet não tem respaldo médico. O uso de multivitamínicos orais e injetáveis, azul de metileno e ozonioterapia são ineficazes. >
Circula em grupos de Whatsapp vídeos de um suposto médico recomendando "imunomodulação com altas doses injetáveis de vitaminas D e C e aminoácidos" como forma de proteção, o que ele chama de "imunoshots" e diz ter respaldo da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia). >
A entidade divulgou nota negando o respaldo e repudiando o suposto tratamento oferecido. >
"Ainda não temos nenhum tratamento ou vacina que comprovadamente previna contra o coronavírus. Estão aproveitando dessa situação, da boa-fé das pessoas, para lucrarem em cima", diz o infectologista Leonardo Weissmann, consultor da SBI.>
POSSO ME CONTAMINAR COM PRODUTOS QUE VENHAM DA CHINA?>
Não. A transmissão do coronavírus ocorre exclusivamente de pessoa para pessoa ou de animais para pessoas.>
Segundo Nancy Bellei, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), mesmo durante a epidemia de Sars, causada por um coronavírus persistente no ambiente, não houve nenhuma recomendação para cuidados especiais com produtos que viessem de países onde tinha transmissão local.>
POSSO ME CONTAMINAR AO ENTRAR EM CONTATO COM ALGUM OBJETO?>
Não há riscos de contaminação a partir de objetos.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta