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Ponto a ponto: a grande explosão em Beirute, capital do Líbano

Ponto a ponto: a grande explosão em Beirute, capital do Líbano

Ainda não se sabe a causa do incidente, mas suspeita-se que seja o armazenamento, sem segurança, de nitrato de amônia na região portuária, local onde houve a explosão

Publicado em 4 de agosto de 2020 às 21:44

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Pessoas, muitas delas feridas, circulam pelas ruas cobertas de escombros após uma forte explosão na área portuária de Beirute, no Líbano
Pessoas, muitas delas feridas, circulam pelas ruas cobertas de escombros após uma forte explosão na área portuária de Beirute, no Líbano. (HASSAN AMMAR / AP / ESTADÃO CONTEÚDO)

A região portuária de Beirute, na capital do Líbano, foi sacudida no início da noite (horário local) desta terça-feira (4). Uma grande explosão foi registrada e, segundo o ministro da Saúde do país, Hamad Hassan, pelo menos 113 pessoas morreram e outras 4 mil  ficaram feridas em decorrência da tragédia. Ainda não há informações sobre o que causou o incidente, compartilhado por milhões de pessoas nas redes sociais. Suspeita-se que o desastre tenha sido causado por nitrato de amônia, um material químico armazenado no porto.

Pessoas, muitas delas feridas, circulam pelas ruas cobertas de escombros após uma forte explosão na área portuária de Beirute, no Líbano(HASSAN AMMAR / AP / ESTADÃO CONTEÚDO)

A coluna de fumaça e o efeito causado pelo "cogumelo", formato da explosão, foram sentidos a quilômetros de distância do local. Entre edifícios desmanchados, milhares de feridos e vidas perdidas, o Líbano coleciona complicações sociais, políticas e econômicas. O primeiro-ministro do país, Hassan Diab, decretou luto oficial de três dias.

CENÁRIO SOCIAL, ECONÔMICO E POLÍTICO

Especialistas destacam que o país já foi alvo de terroristas algumas vezes, mas ainda não há evidência suficientes para afirmar que novamente um grupo terrorista causou mortes em um ataque. Há, porém, um momento de instabilidade política no Líbano. Ainda em 2019, o então primeiro-ministro Saad Al-Hariri renunciou, estabelecendo-se uma vacância no poder, assumida tempos depois por Hassan Diab.

A explosão ainda coincide com uma época em que há a expectativa de resolução de um ataque ocorrido em 2005. Libaneses esperam que na próxima sexta-feira (7), um tribunal apoiado pela ONU divulgue o veredito contra quatro homens acusados de terem participado do assassinato do ex-primeiro-ministro Rafic Hariri, há 15 anos.

O assassinato de Hariri foi promovido através de um ataque com um carro-bomba, em Beirute. A ação teve como resultado a morte do bilionário sunita e de outras 21 pessoas. 256 ficaram feridos.

O desastre também ocorre na economia do país, que observa a desvalorização da moeda, gerando um aumento no número de pessoas cada vez mais pobres.

Além dos atentados e da economia interna, o Líbano, assim como a maior parte dos países do mundo, também foi afetado pela pandemia do novo coronavírus. Segundo números da Universidade Johns Hopkins, até a tarde desta terça-feira (4) foram 5.062 casos confirmados e 65 óbitos provocados pela Covid-19 no Líbano.

BRASILEIROS FERIDOS

A explosão registrada afetou em menor escala os brasileiros que vivem em Beirute. De acordo com informações do governo federal, funcionários da embaixada do Brasil no Líbano sofreram apenas ferimentos leves. Apenas a esposa de um dos funcionários que atuam na embaixada precisou ser hospitalizada, mas trata-se de um quadro leve.

Outro grupo de brasileiros que vivenciou de perto o momento da destruição foi militares da Força Tarefa Marítima (FTM), que estão em missão no Líbano. Em nota, a Marinha do Brasil informou que todos "estão bem e não há feridos".

Segundo o Itamaraty, não há cidadãos brasileiros "mortos ou gravemente feridos" por conta da explosão.

DECLARAÇÕES DE POLÍTICOS BRASILEIROS

Em nota, o governo brasileiro solidarizou-se "com o povo e o governo do Líbano pelas vítimas fatais e pelos feridos atingidos pelas graves explosões que tiveram lugar hoje no porto de Beirute". O Ministério das Relações Exteriores afirma que está acompanhando "com atenção" os acontecimentos na cidade e se disse "pronto para prestar a assistência consular cabível".

O presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, Eduardo Bolsonaro, manifestou solidariedade com o povo libanês. Segundo filho do presidente Jair Bolsonaro, "o Líbano é um país estratégico para toda a humanidade".

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse estar "consternado com as violentas explosões".

Durante a noite desta terça-feira (4) o presidente Jair Bolsonaro manifestou solidariedade às famílias das vítimas fatais e de feridos. Bolsonaro afirmou estar "profundamente triste".

Por meio das redes sociais, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse que, em nome do Congresso Nacional, apresentou condolências às vítimas e total solidariedade neste momento de dor.

O ex-presidente Michel Temer, que tem família de origem libanesa, se solidarizou com as famílias das vítimas da explosão "Força, meu Líbano!", disse.

*Com informações de agências

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