> >
Pandemia afeta tratamento de hipertensão em mais de metade dos países

Pandemia afeta tratamento de hipertensão em mais de metade dos países

Reportagem do jornal Folha de São Paulo mostrou que em SP, hospitais registraram queda de até 70% em atendimentos cardiológicos desde o início da pandemia

Publicado em 1 de junho de 2020 às 11:38

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Enfermeira medindo a pressão de mulher idosa
Enfermeira medindo a pressão de mulher idosa. (shutterstock)

A pandemia de coronavírus interrompeu parcial ou totalmente o tratamento de doenças não transmissíveis que agravam os problemas da Covid-19. Em mais da metade dos países (53%) o tratamento de hipertensão foi afetado, mostra pesquisa feita em maio e divulgada nesta segunda (1º) pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em 49%, houve prejuízo ao tratamento de diabetes e complicações relacionadas à doença; 42% o tratamento de câncer foi afetado e emergências cardiovasculares ficaram sem atendimento em 31% dos 155 países que passaram informações à OMS.

O problema afeta também o Brasil. Reportagem da Folha mostrou que em São Paulo, hospitais registraram queda de até 70% em atendimentos cardiológicos desde o início da pandemia.

"Não apenas as pessoas com essas doenças são mais vulneráveis a ficar gravemente doentes com o vírus, mas muitas estão incapazes de acessar o tratamento necessário", disse Bente Mikkelsen, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis da OMS.

As doenças não transmissíveis matam 41 milhões de pessoas a cada ano, o equivalente a 71% de todas as mortes no mundo. Do total, 15 milhões dos mortos têm de 30 a 69 anos.

Até a manhã desta segunda (1º), mais de 6 milhões de pessoas haviam morrido por causa do coronavírus no mundo, e o agravamento de casos por causa das doenças pré-existentes foi verificado em vários países.

Na Itália, por exemplo, 67% dos mortos tinham hipertensão e 31% tinham diabetes tipo 2, segundo a OMS.

Na Espanha, entre os pacientes com doença grave de Covid-19, 43% tinham doenças cardiovasculares existentes.

Além de tratamentos, os serviços de reabilitação foram interrompidos em quase dois terços (63%) dos países, o que a organização considera sério, porque reabilitação é chave para uma recuperação saudável de casos graves da Covid-19.

A pandemia afetou também a prevenção: programas públicos de triagem (por exemplo, para câncer de mama e colo do útero) foram reduzidos em mais de 50% dos países.

Na maioria (94%) dos países que responderam, funcionários da saúde pública que antes atendiam aos casos de doenças não transmissíveis foram transferidos para combater a pandemia de coronavírus.

Diminuição no transporte público disponível, escassez de medicamentos, equipamentos e capacidade de diagnóstico também foram causas citadas.

Segundo Mikkelsen, "ainda levará algum tempo até que possamos conhecer toda a extensão do impacto das interrupções nos cuidados de saúde durante o Covid-19 em pessoas com doenças não transmissíveis".

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais