Publicado em 13 de junho de 2020 às 19:30
Em meio a um aumento exponencial do número de contágios no Chile, o ministro da Saúde, Jaime Mañalich, anunciou, no início da tarde deste sábado (13), que deixaria o cargo, por um "dever republicano". >
O ex-funcionário já vinha sendo deixado de lado nas entrevistas coletivas em que eram apresentadas as cifras da pandemia do novo coronavírus no país.>
E o presidente, Sebastián Piñera, aprovou a demissão de Mañalich, segundo comunicado do Palácio de La Moneda, sede do governo chileno.>
"Nas próximas semanas teremos uma maior exigência e um maior estresse da rede hospitalar e assistencial do país, e cheguei à conclusão de que essa nova etapa requer uma nova liderança. Alguém que seja mais aberto ao diálogo e que tenha maior poder de convocação das pessoas", resumiu Mañalich, em seu pronunciamento de demissão.>
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O ex-ministro disse que a decisão foi apoiada por Piñera e que ambos haviam chegado à conclusão de que ele teria "de dar um passo para o lado". "Se é para que o governo ganhe confiança, faço isso de modo feliz", completou.>
Em seu lugar, o presidente indicou Enrique Paris, que já assumiu o cargo. Paris é ex-presidente do Colegio Médico do Chile e integrava o comitê de luta contra a pandemia como assessor do Ministério de Saúde.>
Em sua posse, disse que gostaria de "chamar para o diálogo e para a cooperação, convocar todas as sociedades científicas, todos os sindicatos e grêmios de trabalhadores da saúde, e a todos os colégios profissionais da área, para que nos reunamos e trabalhemos em conjunto".>
Mañalich vinha sendo criticado por conta da demora em adotar medidas preventivas quando a pandemia começou, pelas falhas no sistema de quarentenas verticais e pelas controvérsias geradas sobre os números de mortos pelo novo coronavírus.>
Essa última polêmica ocorreu na última semana, quando veio a público que o Ministério de Saúde chileno havia informado para a Organização Mundial da Saúde (OMS) um número maior de contagiados e mortos do que o informado à população.>
Mañalich também ficou conhecido por algumas afirmações infelizes, pronunciadas quando a pandemia já se mostrava agressiva, como a de que o vírus podia "mudar e transformar-se numa boa pessoa", ou quando mencionou que, com a nova normalidade, era possível "sair para tomar uma cerveja e comer uma empanada".>
O Chile teve de retroceder, nas últimas semanas, de um processo de abertura da economia que fez disparar os casos, principalmente na região metropolitana de Santiago, epicentro da epidemia.>
Nesse momento, as críticas da oposição se fizeram ouvir, e teve início uma série de manifestações de rua por mais transparência e por planos de assistência aos que não podiam sair para trabalhar.>
Neste sábado (13), o país registra 167.355 contaminados e 3.101 mortes. Durante a semana passada, foram registrados recordes diários de novos casos e de falecimentos.>
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