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Avião militar que decolou superlotado do Afeganistão tinha 823 passageiros

Avião militar que decolou superlotado do Afeganistão tinha 823 passageiros

O Pentágono confirma número que embarcaram em voo para fugir do Talibã; fotos do interior do C-17 Globemaster III lotado viralizaram nas redes sociais, estimativa inicial era de 640

Publicado em 20 de agosto de 2021 às 14:22

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Afeganistão
Os evacuados lotam o interior de uma aeronave de transporte C-17 Globemaster III da Força Aérea dos EUA, levando cerca de 640 afegãos de Cabul, Afeganistão, para o Qatar, em 15 de agosto de 2021. . (Reuters/Folhapress)

O avião militar americano que decolou do Afeganistão no domingo (15) superlotado de passageiros que fugiam após a tomada do poder pelo Talibã tinha 823 pessoas, informou o Pentágono nesta sexta-(20).

Fotos do interior do C-17 Globemaster III lotado viralizaram nas redes sociais. A princípio, calculava-se que 640 passageiros estavam a bordo -número que já ultrapassava a capacidade do avião, de cem pessoas.

Segundo informou o Comando de Mobilidade Aérea dos Estados Unidos em uma rede social, a estimativa inicial levou em conta os afegãos sentados no piso da aeronave, mas omitiu as 183 crianças que lá estavam no colo de familiares. Trata-se do recorde de passageiros transportados na aeronave.

O voo de Cabul, que partiu do aeroporto Hamid Karzai pouco depois do retorno do grupo fundamentalista islâmico ao poder, tinha como destino o Qatar, onde pousou após mais de duas horas no ar.

De acordo com relato feito ao site Defense One, a decisão de decolar, em vez de tentar expulsar as pessoas que se amontoavam na aeronave já lotada, foi da tripulação.

O aeroporto da capital afegã segue sendo palco de cenas de desespero de moradores buscando fugir da cidade. Na mais chocante delas, ao menos duas pessoas morreram após se agarrarem à fuselagem de um cargueiro dos EUA, caindo após ele decolar. Uma investigação aponta que pelo menos um deles foi esmagado pelo fechamento das portas do trem de pouso.

O episódio virou símbolo do desespero de afegãos, que temem a violência e a retirada de direitos promovidas historicamente pelo Talibã, e do fracasso das tropas americanas, que, mesmo após duas décadas no país, não conseguiram barrar o veloz avanço do grupo extremista.

Cinco dias após o Talibã voltar ao poder, milhares de afegãos ainda buscam formas de deixar o país, mas se deparam com dificuldades para obter vistos ou refúgio -proteção legal para pessoas que deixaram seus países devido a perseguição por raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas.

Nesta quinta (19), o Itamaraty afirmou que avalia, em coordenação com o Ministério da Justiça, a possibilidade de concessão de vistos humanitários para afegãos, o que poderia agilizar a vinda para o Brasil. O governo também busca vaga em voos humanitários para resgatar dois cidadãos brasileiros que estão no Afeganistão e pediram apoio para deixar o país.

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