Publicado em 1 de outubro de 2025 às 16:15
- Atualizado há 2 meses
O mercado de aluguel residencial na Grande Vitória vive um momento de valorização e alta na procura, tanto por quem busca um imóvel para morar quanto pelos investidores. De janeiro a julho de 2025, a variação acumulada dos preços do aluguel residencial em Vitória foi de 8,66%, segundo o Índice FipeZAP.>
A variação de Vitória foi a sétima maior entre as capitais brasileiras no acumulado do ano. Além disso, a rentabilidade do aluguel residencial na capital capixaba, em julho, se encontrava em 4,07% ao ano. >
“O mercado vem numa fase muito boa, de muito crescimento. A gente continua recebendo muitas pessoas de fora que vêm trabalhar aqui, principalmente na área da logística. Com isso, temos visto muitos empreendimentos bem estruturados, com lazer bem feito e bastante segurança, gerando oportunidades para investidores que querem colocar esses imóveis para locação", destaca o vice-presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Charles Bittencourt.>
Além disso, segundo o diretor da Ademi-ES Fabiano Martins, um dos fatores que motivam o crescimento do aluguel não só no Estado, mas em todo o Brasil, é a mudança de comportamento dos consumidores. Ele cita, mais especificamente, a geração Z, que está entrando agora no mercado.>
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Fabiano ressalta que são jovens com uma visão voltada para o compartilhamento e sem uma preocupação tão grande em adquirir uma casa própria, diferentemente do que se observava nas gerações anteriores.>
Fabiano Martins
Diretor da Ademi-ES e gerente comercial da ÉpuraCom o crescimento do setor e as mudanças no comportamento dos consumidores, as construtoras e incorporadoras têm investido em novos formatos, buscando inovar e gerar benefícios para os investidores e para quem busca um imóvel para alugar.>
“O modelo de locação de curta temporada, por exemplo, vem crescendo muito, assim como os empreendimentos com estúdios e apartamentos menores, lavanderia, portaria digital, entre outros. Há muita inovação nesses produtos, que vêm justamente para atender a essas mudanças de comportamento”, comenta Charles.>
Mesmo com o atual cenário econômico desafiador, marcado por fatores como a alta na taxa Selic e a reforma tributária, Charles Bittencourt afirma que o mercado de aluguel tende a continuar crescendo. >
Charles Bitencourt
Vice-presidente da Ademi-ESAlém disso, ele explica que, atualmente, o que é construído na Grande Vitória não consegue atender à alta demanda por imóveis. Situação esta que tende a atrair mais investidores focados, principalmente, na locação.>
Para solucionar o cenário de alta demanda e pouca oferta na capital, inclusive, muitas empresas do setor estão expandindo para além dos limites de Vitória, mas ainda na região metropolitana.>
“Há um tempo atrás, havia uma demanda muito concentrada na Capital e, hoje, o mercado se diversificou bastante, para Vila Velha, Serra e Cariacica, por exemplo. A gente vê o crescimento no número de condomínios de casas até de alto padrão, que ficam mais afastados de Vitória, e que são boas oportunidades para investidores", pontua Charles.>
Uma das inovações que tem ganhado força no mercado é o aluguel short stay – também conhecido como aluguel de curta temporada ou de curta duração. Por definição, essa modalidade é utilizada para definir a locação de um imóvel por até 30 dias, sendo muito procurada por turistas e pessoas que estão na cidade a negócios, por um tempo limitado. >
“Pessoas que vêm para ficar em Vitória por um período mais curto, a trabalho, por exemplo, muitas vezes optam por ficar em um apartamento alugado, em vez de um hotel, para ter um pouco mais de conforto. Além de ser um pouco maior do que um quarto de hotel, o apartamento também gera a sensação de estar em casa", explica o diretor da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Fabiano Martins.>
O short stay oferece, ainda, condições de pagamento diferentes dos modelos de aluguel mais duradouros, permitindo maior flexibilidade do locatário. Para os investidores que buscam comprar imóveis e alugá-los nessa modalidade, isso também pode ser vantajoso.>
“Na prática, para o proprietário do imóvel, a locação short stay tende a ser bem mais rentável, porque você aluga por diária. Então, quando coloca esse imóvel no mercado para locação, a diária multiplicada pela pela taxa de ocupação, durante o mês, vai dar um retorno bem superior ao que seria o aluguel tradicional”, afirma Fabiano.>
Enquanto cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, já têm um volume grande de empreendimentos voltados para o aluguel de curta temporada, essa é uma tendência que ainda está se consolidando no Espírito Santo.>
“A gente, no futuro próximo, vai receber muitos desses apartamentos chegando no mercado para locação e teremos que entender como vai ser esse comportamento na prática, na cidade de Vitória e na região metropolitana”, avalia o diretor da Ademi-ES.>
Ele também ressalta que a modalidade de curta temporada exige alguns cuidados por parte do proprietário. O ideal, segundo ele, é que o dono do imóvel trabalhe com uma administradora, para fazer a gestão da propriedade.>
“Muitas pessoas acham que é simples fazer a gestão desse tipo de locação, mas não é, porque ela exige uma disponibilidade maior do proprietário. Se o proprietário tiver uma administradora, certamente vai ter mais tranquilidade. Mas se não tiver, isso pode trazer alguns riscos, como a baixa ocupação do apartamento ou pessoas que vão fazer mau uso”, alerta.>
Com as vantagens que o short stay oferece, tanto para locadores quanto para locatários, a procura por imóveis voltados para essa modalidade cresce e o mercado se adapta para atender a essa demanda. >
“No momento, temos percebido uma maior movimentação por parte das construtoras, no sentido de desenvolver projetos voltados especificamente para locação short stay. Na região metropolitana há muitos projetos sendo lançados com essa característica”, pontua Fabiano Martins, que é gerente comercial da Épura.>
Um dos empreendimentos que traz essa tendência em Vitória, no bairro Jardim Camburi, é o Nôma, da Épura. O projeto foi lançado em junho de 2025, com unidades voltadas para o modelo de curta temporada e conta com 98 apartamentos, incluindo 16 unidades de um quarto com home office, 20 de um quarto, 50 studios e nove garden.>
Por se tratar de um empreendimento voltado para investidores e consumidores, a gestão do condomínio será conduzida pela startup paulista Housi. No entanto, com 100% das unidades vendidas meses após o lançamento, a Épura já anunciou uma segunda torre, também voltada para o modelo de locação de curta temporada. >
Com 10 pavimentos e 100 apartamentos, a Torre Norte terá unidades de um quarto com home office, um quarto, studio e garden. A área privativa das unidades varia de 25 a 39m² e, no caso do garden, vai até 66m².>
Em Vila Velha, a Sipolatti Inc. também lançou um empreendimento voltado para a locação de curta temporada e investidores, o Itaparica Living Suits. Serão 87 apartamentos, com oito opções de plantas diferentes (studio, quarto e sala, garden e garden com hidromassagem) e tamanhos entre 27 e 65m². A previsão de entrega é 2026.>
Flávio Gianordoli
Sócio e diretor Comercial da Sipolatti.IncFlávio destaca, ainda, que projetos destinados a esse tipo de locação devem estar próximos a pontos turísticos, praias, comércios, hospitais, entre outros estabelecimentos importantes para o público que costuma procurar essa modalidade.>
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