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Geração X é maioria entre quem procura por aluguel; entenda o porquê

Geração X é maioria entre quem procura por aluguel; entenda o porquê

De acordo com o último Anuário DataZap, 45% dos entrevistados que procuram por aluguel estão na faixa de 41 a 60 anos; mulheres também são maioria

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Yasmin Spiegel

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Publicado em 11 de abril de 2025 às 15:00

aluguel
Em meio a crescente no número de locatários no país, Anuário DataZap monta perfil desse público Crédito: Shutterstock

O sonho da casa própria, considerado uma das maiores aspirações do brasileiro, está aos poucos ficando para trás - seja por necessidade, seja por escolha. Isso é o que aponta a última edição do Anuário DataZap.  O estudo, que ouviu 2.809 indivíduos em 2024 com o objetivo de mapear o perfil e as preferências de locatários, evidenciou um panorama já revelado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que, em seu último censo, registrou que um em cada cinco brasileiros mora em um domicílio alugado, número que simboliza 20,9% da população. Em 2000, essa parcela era de 12,3% e, em 2010, de 16,4%. 

Para o gerente de Pesquisa e Inteligência de Mercado do Grupo OLX, Coriolano Lacerda, a curva de crescimento na busca por aluguéis está diretamente atrelada a fatores econômicos, como a alta na taxa Selic e seu impacto nos financiamentos imobiliários. 

"Em 2025, espera-se que, diante das altas taxas de juros, a procura por imóveis para locação continue a crescer, já que muitas pessoas adiarão a compra e optarão pelo aluguel devido à dificuldade de acesso ao crédito. Os reajustes dos aluguéis, que apresentaram desaceleração no último ano, têm grandes chances de se estabilizar ou até mesmo voltar a crescer em 2025, devido ao aumento da demanda por imóveis alugados", comenta. 

Nesse cenário, aluguel pode ser necessidade...

Fernanda Travassos
A auxiliar de nutrição Fernanda Travassos relata que morar de aluguel é um entrave na realização do sonho da casa própria Crédito: Arquivo pessoal

O DataZap apontou que, com 64% de representatividade, as mulheres são a maioria entre as pessoas que buscam por aluguéis de imóveis residenciais, contra 36% do público masculino. No recorte por idade, independentemente do sexo, 45% são da geração X, que engloba a faixa etária de 41 a 60 anos, seguida pelos baby boomers (61 anos ou mais) e geração Y (29 a 40 anos), ambos com 22%; e pela geração Z (18 a 28 anos), com 11%; o que gera uma média de idade de 48 anos. 

A auxiliar de nutrição Fernanda Travassos é uma das pessoas que se encaixa nesse recorte. Aos 45 anos, Fernanda é categórica ao afirmar que o aluguel, para ela, é como se fosse um desperdício de dinheiro, que a impede de investir no sonho de ter sua própria casa. 

"Eu já moro de aluguel há 18 anos e considero totalmente negativo. Sinto como se fosse um dinheiro jogado fora, porque se a casa fosse minha e eu estivesse pagando as prestações, seria um investimento, mas o aluguel é uma despesa mensal, o que compromete essa aplicação", conta. 

O relato de Fernanda também evidencia a realidade socioeconômica da maioria dos locatários pois, de acordo com o Anuário, 84% pertencem às classes B e C, com uma renda familiar mensal mediana de R$ 6.587,70 - que, na maior parte das vezes, acaba sendo quase que inteiramente destinada ao aluguel.  Já 13% são da classe A e 3%, da D/E.

"O dinheiro que temos vai praticamente todo no aluguel, o que, para mim, é muito ruim tanto financeiramente quanto pessoalmente.  Nunca é tarde para sair do aluguel e quero muito fazer uma casa do meu jeito no futuro", finaliza Fernanda. 

... Ou uma escolha pessoal

Enquanto isso, a empresária de agenciamento marítimo Viviane Sales relata que mora de aluguel há 14 anos pela praticidade. "Já construí uma casa e planejamos comprar o atual apartamento, mas, para mim, o aluguel traz a vantagem de não ter dor de cabeça com a administração do imóvel, porque não preciso lidar diretamente com a manutenção geral do apartamento e também com as despesas extras do condomínio", afirma. 

Para esse público, outros fatores são mais decisivos na escolha do aluguel. A pesquisa revelou que a segurança da região e as características do imóvel são os fatores mais importantes nessa situação, com 26% e 25% das menções, respectivamente.

"O mercado de locação tem se moldado às novas demandas dos inquilinos, que priorizam mobilidade, praticidade e custo-benefício. Imóveis bem localizados, próximos a centros comerciais e transporte, são os mais valorizados, refletindo escolhas relacionadas a momentos de vida e mudanças, como por exemplo, a troca de emprego. Com contratos mais flexíveis que a compra, a locação se fortalece, impulsionando a demanda, especialmente no segmento de médio-alto padrão", diz Coriolano Lacerda, gerente de Inteligência de Mercado do Grupo OLX.

Mas na hora da decisão final, o preço é o que mais pesa. Ao escolher o imóvel para alugar, é unânime que a faixa de preço acessível é um aspecto relevante para 99% dos entrevistados. Outros pontos mencionados foram a quantidade de dormitórios, com 87%, e o tamanho da área privativa, com 69% das menções.

Para finalizar as análises, o anuário também registrou que, embora em menor porcentagem em relação aos que pretendem comprar casa ou apartamento, a maioria dos potenciais locatários se declara casada, morando junto ou em união estável, com 46%. Solteiros somam 31% e divorciados, 19%. 58% tem filhos (65%) e 42% afirmou não ser pai ou mãe. Por outro lado, 53% têm pets, sendo 38% cães e 20% gatos.

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