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A coluna que não escrevi em janeiro sobre o título do Flamengo

Na sequência de empate e derrotas do Rubro-Negro entre as rodadas 27 e 29, imaginar o time carioca campeão jogando mal como estava sob o comando de Rogério Ceni era improvável. Sorte do Fla que a matemática não leva achismo em consideração

  • Murilo Cuzzuol
Publicado em 26/02/2021 às 11h52
Atualizado em 26/02/2021 às 13h02
Flamengo
Diego, assim como em 2019, ergueu o troféu de campeão brasileiro de 2020. Crédito: Alexandre Vidal/Flamengo

Entre o fim de dezembro e início de janeiro, escrevi que o Flamengo comandado por Rogério Ceni não seria campeão brasileiro caso mantivesse o nível baixo de atuação daquele período não tão distante assim. Com o São paulo ainda "voando", falar em título pelas bandas rubro-negras era conversa restrita apenas aos mais fanáticos flamenguistas.

Aqui na Redação, no mesmo dia em que publiquei esta coluna, brinquei com o diretor de jornalismo da Rede Gazeta, Abdo Chequer. Por mais contraditório que poderia ser, bastava o Flamengo acertar minimamente que ainda teria como chegar ao octacampeonato. Na agradável conversa de poucos minutos, contei a ele que na simulação que havia feito enquanto escrevia o texto que era possível o time carioca levantar a taça caso chegasse aos 71 pontos.

Por ironia do destino, foi o que ocorreu. Nada de bola de cristal, apenas uma simulação feita em tom de brincadeira diante da total incapacidade dos rivais em manter a liderança. Basta olhar a alternância que São Paulo, Atlético-MG e Internacional tiveram ao longo de toda a competição. Até o rebaixado Vasco conseguiu liderar o Brasileirão, algo que o Flamengo apenas conseguiu na penúltima rodada.

Para quem não se recorda, neste período entre as rodadas 27 e 29, o Flamengo empatou sem gols contra o Fortaleza, perdeu o clássico para o Fluminense, e ainda foi batido pelo Ceará, no Maracanã, respectivamente. Em condições normais de temperatura e pressão, difícil sustentar o argumento de que seria campeão faltando 9 rodadas e a muitos pontos do líder?

COMBINAÇÃO

O que talvez mantivesse a esperança dos flamenguistas em seguir no páreo era a qualidade técnica de muitos jogadores, além do elenco capaz de manter um bom nível, algo que poucos clubes têm no país. Há bons times, casos de Palmeiras, Inter, Galo, porém com poucas peças de reposição.

Mas só um time com bons nomes não seria suficiente, o Flamengo precisaria de uma senhora ajuda dos concorrentes. E não é que os tropeços vieram a galope. Inexplicavelmente o São Paulo desandou ao ponto de demitir o técnico Fernando Diniz, o Atlético-MG mostrou-se incapaz de vencer fora de casa, e o Internacional, após uma incrível sequência de 9 vitórias consecutivas, um recorde para os pontos corridos, acumulou resultados ruins (derrota para o Sport no Beira-Rio) e perdeu no confronto direto diante do Rubro-Negro.

O Flamengo confirmou o favoritismo ainda que por linhas tortas. Agora, já que acertei despretensiosamente a pontuação do campeão, vou apostar na sorte e aproveitar o momento. Ah, a conversa com Abdo foi renovada nesta sexta-feira (26), com o mesmo vindo "me parabenizar" pelo acerto. "Bem que você me avisou que era possível, Murilo".

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