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Senac-ES
Quando terminou o ensino médio, Letícia Dutra, de 21 anos, não tinha certeza de qual carreira deveria seguir. A certeza que ela tinha era que gostava de moda, beleza e arte. Com vontade de começar a trilhar um caminho profissional, resolveu ingressar nos cursos de beleza, bem-estar e estética oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac ES).
Diferente de Letícia, Júlio Hermes de Souza Moraes sempre soube que seria cabelereiro. Quando era criança, gostava de assistir a irmã trabalhar no cabelo da mãe e, um pouco mais velho, passou a replicar o que via nas madeixas de uma prima. Assim que decidiu que seguiria carreira, decisão que lhe exigiu coragem, ele se matriculou no curso de cabeleireiro do Senac ES.
Embora tenham trilhado caminhos diferentes, Letícia e Júlio “se encontraram” na possibilidade de se formar em um curso profissionalizante. Mais curtos e de formação mais técnica, com maior facilidade de colocação no mercado, as capacitações oferecidas pelo Senac se tornam um divisor de águas na vida de quem quer entrar no mercado de trabalho ou, ainda, decidiu mudar de carreira.
“Pensamos nossos cursos para dois tipos de alunos. Temos ofertas em sintonia com o que o mercado está precisando, como cursos na área de segurança do trabalho, logística e administração, e cursos para quem quer empreender como os da área da estética. Nossa programação é toda adequada ao desejo do profissional estudante. Tanto quem quer empreender quanto para arrumar um emprego no mercado”, ressalta o coordenador do Senac ES na Serra, Wysner Wagner Rangel Simões.
Muitos estudantes ainda optam pelo curso técnico ou profissionalizante para sentir na prática como será o trabalho em determinada carreira, antes de ingressar no ensino superior.
“O aluno do ensino médio, às vezes, sai com uma perspectiva de profissão futura e ele entra no técnico para sentir o mercado, saber se vai atender as expectativas dele”, completa Wysner.
Foi o caso de Letícia. Confusa quanto ao que queria, ela decidiu começar a estudar em vez de pensar parada. Ela estudou o Técnico em Estética, Design de Sobrancelhas, Manicure, Depilação, Maquiagem, todas as opções possíveis dentro da área que mais chamava sua atenção. Ainda assim, quando começou a atuar, decidiu que não queria ser esteticista.
“É o que eu uso hoje para ganhar o meu sustento, atendendo em casa. Mas eu percebi que sempre fui apaixonada por moda, e decidi fazer faculdade na área. Mas, antes, fiz o curso de costura no Senac para me aprofundar na prática antes de buscar o curso superior”, relata.
Para Júlio um dos desafios foi superar o preconceito que existe quanto à presença de homens em salões de beleza, algo que está começando a ser superado. No início, ele teve dificuldade para decidir pela carreira, mas sente muito orgulho do passo que deu.
“Essa (preconceito) foi uma questão que me dificultou ter certeza do que eu queria. Mas depois que eu comecei a fazer o curso, conhecer outras pessoas, percebi que, independentemente da minha opção, eu deveria fazer o que eu gosto porque sou eu que vou viver a minha vida. Isso me desprendeu da opinião alheia”, relata.
E não é apenas no curso de cabeleireiro que existem os estereótipos. Helba Idalino de Araújo, professora de estética há quase 15 anos na instituição, conta que em toda sua carreira teve apenas seis alunos do sexo masculino.
“Estou com quase 15 anos de Senac, tive uns seis homens como alunos. Para ser inserido no mercado, às vezes eles ainda têm dificuldade, mas muitos vêm com a vontade de abrir o próprio negócio. Isso está mudando, está sendo desmistificado cada vez mais”, pontua.
Uma pesquisa realizada pela empresa Kaspersky e publicada em março deste ano apontou que 53% dos brasileiros pretendiam mudar de emprego nos 12 meses seguintes. Destes, a grande maioria para estabelecer um equilíbrio maior entre o tempo de trabalho e vida pessoal.
Seja pelo desejo de empreender para “fazer as próprias regras”, seja pelo peso do desemprego em algumas áreas de atuação, a professora Helba relata que nos últimos seis anos cresceu consideravelmente o número de alunos graduados em outras áreas que recorreram aos cursos técnicos e profissionalizantes.
Na sala da Letícia, por exemplo, ela estudou com farmacêuticas, engenheiras e enfermeiras. No curso do Júlio, um senhor de mais de 55 anos decidiu entrar para a área de beleza.
“Encontro alunos que são advogados, administradores de empresas, atuantes no comércio em geral, e estão vindo para a estética exatamente com a perspectiva de se reposicionar no mercado. Relatam que querem fazer o curso e montar o próprio negócio sem ter que ir para o mercado de trabalho. As pessoas estão cansadas de cumprir horário, bater ponto, mas no curso explicamos que empreender é um desafio. Empreender não dá mais folga, tem que ter disciplina. Temos um espaço na capacitação para falar sobre metas e gestão de negócios”, aponta.
A professora destaca, no entanto, que muitos fazem os cursos para continuar estudando, se aperfeiçoando para “complementar o fazer da profissão” e se tornarem uma referência no mercado.
Com cursos de no máximo 1 ano e meio de duração, no formato presencial e também ensino a distância, o Senac se torna uma alternativa para quem quer começar a carreira, para quem vai se aperfeiçoar no que já sabe e também para quem busca novos ares.
Com até 1 ano e meio de duração, o Senac oferece os seguintes cursos técnicos:
Entre os pré-requisitos estão ter mais de 16 anos e ensino médio completo, ou estar estudando a partir do 2º ou 3º ano, dependendo do curso escolhido. Veja os critérios de cada área neste link.
De menor duração, o Senac oferece cursos profissionalizantes e ações extensivas, com cargas horárias que variam de 08h até 400h. São centenas de cursos nas áreas de:
Confira as opções de cursos, valores e critérios neste link.
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