Publicado em 20 de janeiro de 2020 às 22:16
Depois das fortes imagens de destruição no Sul do Espírito Santo, principalmente no município de Iconha, as pessoas tentam entender por que a cidade sofreu tanto com as chuvas da última sexta-feira (17). Qual a explicação? Há um motivo além da quantidade de água precipitada? Quem traz essas respostas é o meteorologista Hugo Ramos, do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural). >
Basicamente, a gente estava sob a passagem de uma frente fria em direção ao oceano, com grande formação de nuvens. Já na costa do Espírito Santo, um sistema meteorológico se formou e causou a mudança repentina na direção do vento. Consequentemente, toda a umidade foi levada para o litoral Sul do Estado, explicou. >
Como o relevo neste trecho entre Guarapari e Presidente Kennedy é bastante acidentado, a umidade ficou retida nessas encostas. A soma do grande volume de umidade e do forte calor favoreceu o desenvolvimento de nuvens de grande tempestade, completou.>
Combinado à formação de chuvas, também há as características das bacias hidrográficas dos rios da região, propiciando que a situação fosse mais grave em Iconha. O rio homônimo, que corta a cidade, tem a nascente em Vargem Alta, que registrou aproximadamente 230 milímetros de chuva em um período de 24 horas, lembrou. >
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Hugo Ramos
Meteorologista do IncaperA situação é diferente, por exemplo, da encontrada no município vizinho de Alfredo Chaves. Apesar da chuva na cabeceira do Rio Benevente e outra bastante expressiva no município em si, a geografia da bacia administrou de forma diferente a chuva, que chegou a 180 milímetros em apenas cinco horas o que é mais que o esperado para o mês inteiro", afirmou.>
Vale ressaltar que como os dois pluviômetros de Iconha são manuais, o instituto ainda não conseguiu descobrir o nível de chuva que atingiu a sede do município de Iconha. No entanto, o meteorologista Hugo Ramos revelou que relatos dão conta de que a chuva não teria sido tão expressiva.>
Apesar de ser considerado completamente atípico por especialistas do Incaper, eles também dizem que, do ponto de vista meteorológico, o fenômeno pode sim se repetir na Região. Embora com menos força e com menor prejuízo, nós já tivemos eventos semelhantes em vários locais do Estado e é possível que aconteça de novo, sim, concluiu. >
Entenda como se formou a tempestade que atingiu o sul do ES >
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