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Carro que virou símbolo da força da chuva no ES aparece depenado

Carro que virou símbolo da força da chuva no ES aparece depenado

Dono de veículo que ficou preso na margem do rio, após ser levado pela água, encontrou o carro sem rodas, bateria, rádio e outras peças

Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 11:23

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Carro levado por enchente tem peças roubadas. (Dirceu Mozer)

Na noite em que as fortes chuvas devastaram a cidade de Iconha, o motorista Dirceu Mozer teve o carro levado pela enchente. Na manhã do dia seguinte encontrou o veículo preso em tronco às margens do rio, mas teve que esperar o nível da água diminuir na região para resgatá-lo. Quando finalmente retornou ao local, na última terça-feira (22), descobriu que ele havia sido depenado: levaram as rodas, bateria, o rádio e outras peças.

Uma situação que deixou Mozer revoltado. "Meu prejuízo já era grande em decorrência da enchente, mas aumentou com a falta de compreensão e de solidariedade de algumas pessoas. É revoltante. Nem sei quando vou ter dinheiro para consertar o carro", relatou.

O veículo, um gol vermelho pendurado na beira do rio, foi registrado em vídeos feitos pelo advogado Magno Martins, que percorreu o Rio Iconha na manhã de sábado. Uma imagem que retratava a força da enchente que atingiu a cidade. Para retirá-lo do local Mozer precisou conseguir quatro rodas para que o carro fosse arrastado até o asfalto, onde o guincho pode trazer o veículo para a cidade.

O dano, que ele estima em pelo menos R$ 10 mil, vem três meses após terminar de pagar a última parcela do financiamento de 5 anos "Mas dei sorte de estar vivo, pelo menos o dano foi só ao carro", desabafa.

Carro ficou pendurado na beira do rio após chuvas que atingiram Iconha. (Magno Martins)

Mozer conta que na noite da enchente, na última sexta-feira (17), tinha ido ao centro de Iconha socorrer as duas irmãs, cujas casas estavam sendo inundadas. Estacionou o carro na rua principal e, quando retornou, já tinha um metro de água na rua. Tentou empurrar o veículo, que já boiava, para um canto, mas ele acabou sendo arrastado.

O motorista subiu no terraço de uma loja e lá ficou até 1 hora da manhã de sábado. "Foi quando decidi que tinha que ir para casa, estava preocupado com minha esposa, que não sabia onde eu estava", conta. Ele enfrentou o caminho de volta, para o bairro Ilha do Coco, a cerca de um quilômetro do Centro , nadando. "A correnteza era forte, levava carros, motos e o que encontrava, mas consegui chegar em casa salvo", relata.

Carro foi arrastado pela força da chuva. (Magno Martins)

Naquela noite as moradias de suas irmãs foram invadidas pela água, que atingiu até a casa do segundo andar. "Elas, com os maridos e filhos, incluíndo um bebê, passaram a noite no terraço, "Tentamos salvar os móveis da casa térrea, levando para a casa do segundo andar, mas a água subiu ainda mais. Elas perderam tudo", conta Mozer.

O mesmo aconteceu com o patrão dele, proprietário de uma loja de material de construção. "Nem sei se ainda tenho emprego", lamenta o motorista.

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