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Major do ES suspeito de espalhar fake news é julgado; acompanhe

Major do ES suspeito de espalhar fake news é julgado; acompanhe

Angelo Denicoli integra o núcleo 4, acusado de tentativa de golpe de Estado para reverter o resultado das eleições de 2022

Publicado em 14 de outubro de 2025 às 08:52

Os sete réus do núcleo 4 da trama golpista, incluindo o major do Exército Angelo Martins Denicoli, natural do Espírito Santo, vão a julgamento a partir desta terça-feira (14), na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O grupo responde por cinco crimes, relacionados à tentativa de golpe de Estado em 2022. Assista ao vivo acima.

Denicoli foi denunciado juntamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 32 pessoas, em fevereiro deste ano.

Na ação, os réus foram denunciados por organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

De acordo com a denúncia da PGR, os integrantes do núcleo do qual o major do Espírito Santo faria parte seriam responsáveis por espalhar notícias falsas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas e atacar instituições e autoridades.

O julgamento será presencial e foram reservadas sessões em quatro datas. Nos dias 14 (terça-feira) e 21 (terça-feira), haverá sessões pela manhã, das 9h às 12h, e à tarde, das 14h às 19h. Nos dias 15 (quarta-feira) e 22 (quarta-feira), as sessões serão apenas pela manhã, das 9h às 12h, segundo informativo do STF.

A Suprema corte ressalta que as datas dos julgamentos foram definidas após a apresentação das alegações finais pelas defesas. Antes disso, foi realizada a instrução processual, com a produção de provas — incluindo os depoimentos de testemunhas da acusação e da defesa, interrogatórios dos réus e a realização das diligências pedidas pelas partes e autorizadas pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.

Veja quem são os réus do núcleo 4:

  • Ailton Moraes Barros, ex-major do Exército;
  • Ângelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
  • Carlos César Moretzsohn Rocha, ex-presidente do Instituto Voto Legal;
  • Giancarlo Gomes Rodrigues, subtenente do Exército;
  • Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel do Exército;
  • Marcelo Araújo Bormevet, policial federal;
  • Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército.
Denicoli mora em Colatina e é apontado como membro do Núcleo de Desinformação

Entenda a suposta participação do major capixaba

Réu na Ação Penal 2694, que trata sobre tentativa de golpe de Estado e disseminação de informações falsas contra o processo eleitoral brasileiro, o major da reserva Denicoli, morador de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, foi ouvido em interrogatório realizado pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), em 25 de julho.

Durante sua fala no interrogatório, o major negou ter participado da trama golpista, denunciada pela PGR, para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022.

Acompanhado por seu advogado no interrogatório realizado de maneira virtual, o ex-major respondeu, primeiro, às perguntas qualificatórias (onde reside e profissão) e, depois, às direcionadas aos fatos atribuídos a ele. Perguntado se reconhecia sua participação nos crimes de que é acusado, Denicoli respondeu que não.

Ainda durante seu depoimento, o militar afirmou que desde 2013, quando entrou para a reserva do Exército, não mantinha contato com agentes públicos ou militares de Brasília. Denicoli também assegurou, no interrogatório, que não possui capacidade técnica para emitir parecer sobre a segurança do processo eleitoral brasileiro.

Ele também negou ter feito análises e apresentado relatórios questionando a efetividade das urnas eletrônicas. O major da reserva disse conhecer Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), mas ressaltou que não possuía relação de proximidade com ele, segundo consta da denúncia da PGR.

“Queria aproveitar para dizer que sou um major que saiu do Exército em 2013. Já são 12 anos. Da minha turma, hoje, alguns já são generais. Então, nem sequer conheço os militares envolvidos (na trama golpista denunciada pela PGR e que são réus na ação penal). Não são meus contemporâneos. Em 2013, migrei para a iniciativa privada. Quero deixar claro que não sou estatístico, que não sou matemático, como foi dito. Não tenho qualificação alguma para fazer auditoria em qualquer sistema, nunca falei de fraude. Desde 2013 moro em uma cidade pequena do Espírito Santo, chamada Colatina, bem longe de Brasília”, disse o major da reserva no interrogatório.

Apesar de ter respondido às perguntas da magistrada que conduziu as oitivas dos integrantes do núcleo 4, Denicoli, orientado por sua defesa, se absteve de responder aos questionamentos da PGR e dos outros advogados presentes ao interrogatório.

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