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Senadores do ES votaram para derrubar veto a reajustes a servidores

Senadores do ES votaram para derrubar veto a reajustes a servidores

Dois dos três senadores do Espírito Santo se posicionaram a favor da concessão de aumento salarial para algumas categorias em meio à pandemia de Covid-19

Publicado em 19 de agosto de 2020 às 22:12

Sessão Deliberativa Remota do Congresso Nacional (para senadores), realizada a partir da sala de controle da Secretaria de Tecnologia da Informação (Prodasen), destinada à deliberação de Vetos
Sessão Deliberativa Remota do Congresso Nacional (para senadores), realizada a partir da sala de controle da Secretaria de Tecnologia da Informação (Prodasen), destinada à deliberação de vetos Crédito: Pedro França/Agência Senado

Em uma derrota para o governo, o Senado derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à medida que permite o reajuste salarial para algumas categorias do funcionalismo público até o final de 2021. A proposta foi aprovada pelo Congresso dentro do socorro financeiro a Estados e municípios, mas acabou barrada pelo Palácio do Planalto.

Na sessão remota desta quarta-feira (19), os senadores do Espírito Santo, Fabiano Contarato (Rede) e Marcos do Val (Podemos) votaram pela derrubada do veto, ou seja, para permitir que os servidores possam contar com reajuste. A senadora Rose de Freitas (Podemos) não votou.

O placar final foi de 42 votos para derrubar o veto e 30 para mantê-lo. O veto ainda passará por votação na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (20). Somente após essa votação é que a decisão vai ser definitiva no Congresso Nacional.

A derrubada do veto libera, na prática, reajustes para servidores da segurança pública, Forças Armadas, peritos, agentes socioeducativos, profissionais de limpeza urbana, de serviços funerários e de assistência social. Também ficam de fora da contrapartida os trabalhadores da educação pública e profissionais de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

A condição para o reajuste, porém, é o envolvimento das categorias no combate à pandemia. Também ficaria impedida a contagem do tempo de serviço,  que serve para progressão de carreira, concessão de aposentadoria e acúmulo de licenças e gratificações, mas se o veto for derrubado, ela volta a valer.

A proibição de reajustes foi a contrapartida para a lei do socorro financeiro de R$ 60 bilhões dado aos Estados e municípios em função da pandemia de Covid-19, aprovada em maio, pelo Congresso. Para que a União transferisse os recursos, a lei exigiu que prefeitos e governadores congelassem os salários do funcionalismo até o fim de 2021. Os parlamentares, porém, livraram do congelamento policiais, médicos e professores.

A pedido do ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro vetou esse item, mas agora, o Senado derrubou o veto.

O Ministério da Economia calcula que a derrubada compromete uma economia fiscal entre R$ 121 bilhões e R$ 132 bilhões, que poderiam ser poupados em 12 meses, dos quais R$ 31 bilhões só para a União. 

Na sessão do Senado, lideranças do governo argumentaram que os servidores públicos não ficaram sem salário durante a pandemia e que o aval para o reajuste poderia comprometer a sobrevivência fiscal do governo federal e dos Estados e municípios. Ao vetar a medida, o Planalto alegou que o dispositivo "viola o interesse público por acarretar em alteração da Economia Potencial Estimada" ao manter a possibilidade de reajuste para categorias específicas.

O QUE DIZEM OS SENADORES

 O senador Fabiano Contarato justificou, por meio de nota enviada à reportagem de A Gazeta, o voto pela derrubada do veto:

"Nós, da Rede Sustentabilidade, apresentamos um destaque, que teve apoio da maioria dos senadores, com objetivo de preservar os salários e os direitos dos trabalhadores que estão na linha de frente da Covid-19, como profissionais da saúde e da segurança pública"

Fabiano Contarato (Rede)

Senador

Embora não tenha participado dessa votação, Rose de Freitas também se posicionou, por meio de nota, contra a proibição de que alguns servidores tenham reajustes. 

"Nada mais justo que os profissionais que integram essas carreiras sejam ressalvados das restrições remuneratórias que se aplicarão aos demais servidores, como forma, ainda que limitada e imperfeita, de reconhecimento da sociedade pelos sacrifícios pessoais que esses profissionais realizam pelo bem comum"

Rose de Freitas (Podemos)

Senadora

O senador Marcos do Val foi procurado por meio da assessoria, mas não retornou.

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