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PT deve retirar Contarato da disputa em troca de espaço no governo Casagrande

PT deve retirar Contarato da disputa em troca de espaço no governo Casagrande

Acordo ainda precisa ser aprovado pelo diretório estadual do partido, mas envolve também a participação da sigla na elaboração do programa de governo de Casagrande e a ajuda do PSB na coordenação da campanha do ex-presidente Lula (PT) no Estado

Publicado em 12 de julho de 2022 às 18:55

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Senador Fabiano Contarato em plenária do PT do Espírito Santo
Senador Fabiano Contarato em plenária do PT do Espírito Santo. (Flávia Zambrone/Divulgação)
Ednalva Andrade
Repórter / [email protected]
PT deve retirar Contarato da disputa em troca de espaço no governo Casagrande

Dez dias após aprovar uma resolução mantendo o senador Fabiano Contarato (PT) como pré-candidato ao governo do Espírito Santo, o PT estadual deve selar a retirada da pré-candidatura dele para apoiar a reeleição do governador Renato Casagrande (PSB). O acordo precisa passar por algumas formalidades partidárias, mas envolve a participação do PT em um eventual governo de Casagrande, na elaboração do programa de governo do socialista e a ajuda do PSB na coordenação da campanha do ex-presidente Lula (PT) no Estado.

A proposta de reprodução, no Espírito Santo, da aliança nacional entre PT e PSB foi reforçada pelo governador na reunião ocorrida na manhã desta terça-feira (12) com as direções executivas estaduais dos dois partidos. Contarato participou do encontro por meio de videoconferência. A assessoria do senador informou que ele não vai se manifestar sobre o assunto.

Durante o encontro, a direção do PT voltou a questionar a posição do governador sobre o apoio dele a Lula na disputa presidencial. Ele reforçou que seguirá o partido, que indicou o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) para vice na chapa do petista.

Na segunda-feira (11), depois de confirmar sua pré-candidatura à reeleição, Casagrande enfatizou que pedirá votos para Lula e somente para ele na disputa presidencial. “O candidato que o meu partido apoia é o Lula, então é ele que eu recebo aqui em um ato”, ressaltou, na ocasião.

Assim como os dirigentes petistas, muita gente no mercado político tinha dúvidas sobre o quão enfático o governador poderia ser no seu apoio a Lula, uma vez que ele pretende fazer “a aliança mais ampla que puder” para tentar se reeleger. Seu arco de aliados inclui o PP, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), o PDT do ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o MDB da senadora Simone Tebet, todos pré-candidatos à Presidência da República.

O cenário de parceria entre PT e PSB já era desejado pelas direções nacionais dos dois partidos e ficou mais próximo de se tornar realidade há quatro dias, quando o ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB) confirmou que concorrerá ao Senado e se retirou da disputa ao governo para apoiar o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) para governador.

Com isso, as direções estaduais dos dois partidos voltaram a se reunir nesta terça-feira para avançar na discussão da aliança. O governador e o PSB reforçaram todos os itens oferecidos para que a parceria seja confirmada. A participação na elaboração do plano de governo é o primeiro deles, seguido do posicionamento claro do governador quanto à disputa presidencial, da ajuda do PSB para elaborar uma frente pró-Lula no Estado e da garantia de espaço para o PT na montagem de um eventual governo de Casagrande, se reeleito.

Os pontos previstos no acordo agora precisam ser aprovados pelo diretório estadual do PT. Sendo aprovados, o nome de Contarato será retirado da disputa ao governo, assim como os dos pré-candidatos ao Senado Reinaldo Centoducatte, ex-reitor da Ufes, e Célia Tavares, ex-secretária de Educação de Cariacica.

A expectativa interna é de que o acordo seja confirmado, ainda que possa haver algumas resistências da militância do PT, pois a prioridade máxima do partido é eleger Lula presidente, algo que o PSB garantiu que irá se empenhar no Estado.

“Eles (do PT) assumiram a responsabilidade de nos dar uma posição. Agora estamos aguardando a posição do PT. Eles precisam tomar uma decisão no diretório deles e vamos aguardar”, ressaltou o presidente estadual do PSB, Alberto Gavini.

O PSB pediu ao PT que comunique a decisão do partido até o final desta semana. A presidente estadual do PT, Jackeline Rocha, foi procurada para comentar os próximos passos para selar a aliança entre PT e PSB, mas informou que estava em uma reunião e que retornaria mais tarde. Procurada novamente, ela não atendeu e não deu retorno até o momento.

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