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Renato Casagrande diz que vai fazer campanha para Lula. E só para Lula

Governador do Espírito Santo anunciou que é pré-candidato à reeleição e está prestes a fechar uma aliança com o PT. Mas conta com apoio até de bolsonaristas no estado

Vitória
Publicado em 11/07/2022 às 19h01
Governador Renato Casagrande na entrevista coletiva em que anunciou que vai disputar a reeleição
Governador Renato Casagrande na entrevista coletiva em que anunciou que vai disputar a reeleição. Crédito: Vitor Jubini

O governador Renato Casagrande (PSB) já havia dito que vai "apertar o 13" e votar no ex-presidente Lula na eleição para a Presidência da República. O socialista segue definição do próprio partido, que compõe a chapa do petista com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

Havia dúvidas, no entanto, se Casagrande pediria abertamente que outros sigam o seu exemplo. Esta colunista mesmo não imaginava o governador levantando a mão de Lula e dizendo "votem neste homem". Mas é o que ele vai fazer. 

Respondendo à coluna, nesta segunda-feira (11), logo após a entrevista coletiva em que anunciou, sem surpresas, que vai tentar a reeleição, o governador disse que vai pedir votos e fazer campanha para o ex-presidente e apenas para o ex-presidente.

Outros postulantes ao Palácio do Planalto que contam com o apoio de aliados de Casagrande, como Ciro Gomes, do PDT, vão ser recebidos pelo socialista, se vierem ao estado, mas de forma mais protocolar.

"Se o Ciro vier, vou receber, vou fazer uma conversa com ele, mas o candidato que o PSB apoia é o Lula. Se o Ciro vier, o Vidigal (prefeito da Serra) vai pegar a mão do Ciro e fazer um ato com ele. Não dá para eu estar ao mesmo tempo, com a mesma empolgação, com todas as candidaturas. É o Lula que eu recebo num ato. O Ciro posso recebê-lo no Palácio, ele não é meu inimigo, não é meu adversário, assim como a Simone, do MDB", exemplificou o governador.

A dúvida persistia porque o socialista quer uma aliança vasta, "a mais ampla possível", de acordo com ele mesmo, passando pelo PP bolsonarista e pelo PT de Lula.

E já disse que não poderia garantir um palanque exclusivo para o ex-presidente da República, já que, nessa aliança, há diversos pré-candidatos à Presidência da República.

Agora, o aceno aos petistas foi mais incisivo, ainda que não seja o cenário ideal para os apoiadores de Lula. Como a parceria entre as duas siglas depende mais do cenário nacional, em que PSB e PT já estão lado a lado, isso, entretanto, não deve impedir a atração do partido de Lula para o palanque de Casagrande.

Uma reunião entre petistas e socialistas, com a participação do governador, está marcada para a manhã desta terça-feira (12) e deve selar o pacto, o que vai resultar na retirada da pré-candidatura do senador Fabiano Contarato (PT) ao governo.

"BOLSOGRANDE"

O sentimento antipetista é forte, mas o antibolsonarista também. Aliás, pesquisa Ipec divulgada no início de maio mostrou Lula à frente de Bolsonaro em intenções de voto no Espírito Santo.

Assim, Casagrande pode provocar a antipatia de diversos eleitores ao pedir votos para o ex-presidente, mas atrair a simpatia de outros tantos.

Existe ainda a possibilidade de um voto "BolsoGrande", como certamente ocorreu em 2018, em que o então candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (na época filiado ao PSL) recebeu mais votos no Espírito Santo do que a média com que contou no país como um todo e, ainda assim, o candidato socialista ao Palácio Anchieta foi eleito no primeiro turno.

Casagrande ri da expressão "BolsoGrande" e não a utiliza, não. Isso é coisa da colunista. Mas ele exemplificou que pode ter gente que vota no Lula e também no ex-deputado federal Carlos Manato (PL), pré-candidato ao governo que atrela a imagem ao atual presidente da República. Aí seria o voto LulaNato (também fui eu que inventei, desculpa, gente).

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