Repórter de Política / [email protected]
Publicado em 10 de setembro de 2021 às 10:43
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) instaurou procedimento preparatório para apurar suposta prática de rachadinha no gabinete do vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos). O parlamentar contesta a informação e diz que tem sido alvo de retaliação. (Veja a nota)>
Segundo a notícia de fato, apresentada pelo Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria da República no Espírito Santo, servidores nomeados pelo parlamentar eram, aparentemente, obrigados a entregar uma parte dos salários, entre R$ 1 mil e R$ 3 mil, para o vereador.>
O MPES já oficiou a Câmara de Vitória para saber a ficha funcional e as datas de nomeação e de exoneração de todos os servidores que atuam com Fontoura. Inclusive a de dois servidores, exonerados em março e abril, que foram notificados a prestar depoimento ao órgão, embora apenas um tenha sido localizado.>
Em portaria publicada pelo MPES no último dia 2 de setembro, a promotora de Justiça Graziela Argenta, responsável pelo caso, manifestou a determinação de audiência extrajudicial, em data a ser agendada, com a oitiva dos demais servidores.>
>
O procedimento preparatório é a etapa em que os promotores vão juntar as provas necessárias para verificar os envolvidos e definir abertura de inquérito e depois o ajuizamento da denúncia, caso haja algum indício de irregularidade.>
Em nota, o MPES, por meio da 8ª Promotoria de Justiça Cível de Vitória, informou que "instaurou o procedimento preparatório para apurar o caso citado e que, se constatadas irregularidades, serão adotadas providências previstas em lei".>
O MPF informou que o auto estava classificado como sigiloso e foi remetido ao MPES, por declínio de competência, ou seja, por não ser atribuição do MPF atuar neste procedimento.>
A assessoria jurídica do vereador sustentou à reportagem de A Gazeta que o procedimento foi instaurado a partir de uma denúncia anônima, feita ao MPF, que por ofício, enviou o tema para ser apurado pelo MPES. >
"Essa denúncia é fruto de uma retaliação ao trabalho dele e não há nenhuma prova que aponte qualquer irregularidade. O único depoimento prestado, pelo ex-servidor, foi favorável ao Armandinho, no sentido de que foi negado qualquer prática de rachadinha enquanto atuou no gabinete", destacou a assessoria jurídica do parlamentar.>
Via assessoria jurídica, Armandinho se colocou à disposição do MPES para esclarecer os fatos e argumentou que "seu posicionamento combativo, fazendo denúncias contra o governo do Estado, tem incomodado muitas pessoas", que teriam feito a denúncia ao MPES.>
Armandinho Fontoura está no primeiro mandato como vereador em Vitória. Eleito em 2020, com 1.264 votos, ele foi empossado em janeiro de 2021. O parlamentar ficou conhecido em 2015, quando liderou movimentos em Vitória que defendiam o impeachment da então presidente da República, Dilma Rousseff (PT). >
Na mesma época, vazou um vídeo de câmeras de segurança da Câmara de Vitória, gravado em 2013, em que Armandinho, então assessor parlamentar no Legislativo, batia o ponto e deixava a sede do Legislativo municipal sem, supostamente, cumprir a jornada de trabalho. >
Na ocasião, Armandinho admitiu ter errado, pediu desculpas e disse ter sido induzido ao erro. Ele argumentou que estudava pela manhã e foi orientado a sair da faculdade, bater o ponto, almoçar e retornar para a Câmara.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta