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Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 19:54
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) instaurou um inquérito civil para investigar eventuais ilegalidades na terceirização dos serviços de saúde em Marechal Floriano, na Região Serrana capixaba. A prefeitura firmou contrato com uma organização social (OS), no valor anual de R$ 26,2 milhões, para gestão e operacionalização de atividades assistenciais e administrativas de saúde no município, mas foram apontadas falhas na execução da parceria. O Tribunal de Contas do Estado (TCES) também está apurando o caso e a possibilidade de prejuízo superior a R$ 824 mil num intervalo de três meses.>
A prefeitura firmou contrato, no dia 11 de junho deste ano, com o Instituto de Apoio ao Meio Ambiente, Saúde e Esportes (Iamase), que, além de assumir a gestão assistencial e administrativa, passou a ser responsável pela manutenção predial e de equipamentos na área da saúde do município. >
Um relatório preliminar de monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde (Semus) demonstrou que não foi possível verificar o cumprimento das metas contratuais e a conformidade financeira porque os documentos comprobatórios se mostraram insuficientes. Entre outras falhas, foram apontadas a ausência de descrição de atividades realizadas e a falta de definição de metas e indicadores para a atenção primária e especializada em saúde no município. Também foram identificados, segundo pontuado no relatório, mais de R$ 2,4 milhões em pagamentos sem notas fiscais ou comprovantes necessários para a rastreabilidade dos recursos. Confira mais detalhes do documento:>
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Diante dos indícios de irregularidades, o MPES emitiu uma notificação recomendatória ao prefeito Lidiney Gobbi (PP), à Secretaria de Finanças e ao Conselho Municipal de Saúde, orientando a administração municipal a se abster, imediatamente, de realizar qualquer pagamento à organização social Iamase até que todas as inconsistências identificadas sejam sanadas, incluindo a apresentação e validação de notas fiscais e dos contratos firmados com terceiros. >
"Também foi recomendado que o município instaurasse procedimento administrativo interno, preferencialmente pela Controladoria, para verificar a autenticidade das notas fiscais, auditar valores pagos, avaliar a extensão de eventuais irregularidades e propor medidas corretivas e preventivas", ressalta o MPES, em nota. >
O procedimento no Ministério Público está em fase de instrução, com análise de documentos e oitivas de servidores da saúde. "O MPES segue acompanhando os fatos e adotando as providências necessárias para assegurar o interesse público e a observância dos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade e proteção ao patrimônio público", acrescenta. >
O TCES, por sua vez, notificou a Prefeitura de Marechal Floriano, o Iamase e a Secretaria Municipal da Saúde para prestarem esclarecimentos sobre os problemas identificados pela comissão de monitoramento. Conforme levantamento preliminar, há indícios de possível prejuízo aos cofres públicos na ordem de R$ 824,2 mil, referente ao período de junho a setembro de 2025 de execução do contrato. >
O relator do processo, conselheiro Carlos Ranna, deu prazo de cinco dias para que todos possam se manifestar. Conforme informações do TCES, a contagem de prazo não começou porque ainda não foi juntado ao processo o aviso de recebimento da notificação.>
A Prefeitura de Marechal Floriano foi procurada por A Gazeta, em mensagem enviada para e-mails do gabinete, da Secretaria da Saúde e da comunicação, mas não houve resposta. O prefeito também foi procurado por celular, sem retorno. A reportagem ainda tento contato da organização social Iamase — site e redes sociais estão inativos. O espaço segue aberto para manifestações. >
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