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Inquérito de grampo ilegal é arquivado e Rodney Miranda volta ao cargo

Inquérito de grampo ilegal é arquivado e Rodney Miranda volta ao cargo

Após investigação feita pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Goiás, processo foi arquivado por falta de provas e secretário, que estava afastado, volta para Segurança Pública do Estado

Publicado em 25 de junho de 2020 às 16:43

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Rodney Miranda, secretário de Segurança Pública de Goiás
Rodney Miranda, secretário de Segurança Pública de Goiás, voltará para o cargo após inquérito ser arquivado. (Governo de Goiás)

O inquérito que investigava denúncias contra Rodney Miranda (Republicanos), que é atual secretário de Segurança Pública de Goiás e ex-prefeito de Vila Velha, foi arquivado por falta de provas. A investigação apurava se ele estaria envolvido com grampo em telefones de aliados do governo e desvio de verbas do Corpo de Bombeiros em Goiás. 

Figura conhecida no cenário político capixaba, Rodney já foi deputado estadual e ocupou cargos em secretarias durante o governo de Paulo Hartung (sem partido). Ele assumiu a secretaria goiana em 2018, quando não conseguiu se eleger deputado federal pelo Republicanos no Espírito Santo. O secretário é primeiro suplente na Câmara dos Deputados de Amaro Neto (Republicanos), que é pré-candidato à prefeitura de Serra em 2020.

As investigações foram conduzidas pela Delegacia Estadual de Repressão às Ações Criminais Organizadas (Draco) e ficaram sob responsabilidade de três delegados. O secretário pediu férias de 15 dias para se afastar do cargo enquanto a conduta era apurada, e pediu para que o Ministério Público de Goiás acompanhasse as apurações.

Ele foi espontaneamente prestar depoimento no mesmo dia em que pediu o afastamento. A conduta de Rodney foi elogiada pelo governador Ronaldo Caiado, que esteve presente na apresentação do inquérito e chegou a comparar a situação com a vivida pelo presidente Itamar Franco e seu amigo pessoal e ministro da Casa Civil, Henrique Hargreaves, acusado de corrupção, que também foi inocentado.

O delegado-geral da Polícia Civil goiana, Odair José, afirmou que em depoimento Jorge Caiado "não trouxe nenhum elemento indicativo dos crimes relatados" e, após todas as oitivas, os três delegados concluíram que  "não houve elementos indicativos destes dois tipos penais, peculato e interceptação ilegal".

Além de Rodney e Jorge, também foram ouvidos o atual e o ex-comandante do Corpo de Bombeiros as delegadas-chefes da Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e do Centro de Monitoramento da Polícia Civil.

O áudio que originou a investigação foi enviado diretamente para o secretário e continha, em meio a muitos xingamentos, a afirmação de que Rodney estaria interceptando ligações de aliados do governo e havia "pegado R$ 1 milhão" do Corpo de Bombeiros. 

ELEMENTOS INVESTIGADOS

Durante a apresentação, o delegado pontuou duas fragilidades do depoimento de Jorge Caiado. Ao ser questionado sobre os grampos ilegais, o primo do governador  disse que desconfiava porque seu telefone apresentou ecos e ruídos. "Um telefone interceptado não produz ecos ou ruídos", disse Odair José. Quanto ao desvio de verbas dos Bombeiros, o primo de Caiado afirmou, apenas, que "ouviu falar disso", sem citar a fonte e qual seria a finalidade do desvio.

Rodney Miranda disse, durante o evento da Polícia Civil, que nunca se considerou suspeito ou culpado.  “É claro que traz uma chateação uma denúncia como essa, até porque, em quase 40 anos de vida pública, isso nunca tinha acontecido. Mas sempre fui o maior interessado na conclusão dessas investigações”, afirmou.

O secretário também fez referência a uma "missão" dada a ele pelo governador. "Vamos continuar trabalhando com honestidade e seriedade para fazer valer a máxima do governador: entregar Goiás aos goianos de bem", finalizou.

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