Publicado em 4 de março de 2020 às 05:02
A três semanas da eleição para o comando do Ministério Público Estadual (MPES), o procurador-geral de Justiça, Eder Pontes, comunicou a desistência de sua candidatura, nesta terça-feira (3), em carta enviada aos membros da instituição. Eder disputaria o quarto mandato na chefia do MPES, para a gestão de 2020 a 2022. >
Ele chegou ao comando da instituição em 2012, e foi reeleito no biênio seguinte. Depois, voltou ao cargo em 2018 e disputava uma nova reeleição. No comunicado, ele afirma ter sido motivado por "razão de ordem pessoal, de impreterível atenção". >
A eleição para o cargo de procurador-geral de Justiça está marcada para o dia 20 de março, com posse prevista para o dia 4 de maio. Permanecem na disputa outros quatro candidatos. >
Na eleição, será formada uma lista tríplice, em que constarão os três candidatos mais votados. A relação com os nomes será enviada ao governador Renato Casagrande (PSB), que tem a prerrogativa de indicar o novo chefe do MPES.>
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Os candidatos que continuam na corrida são os promotores Adélcion Caliman, Luciana Andrade, Luciano da Costa Barreto e Marcello Queiroz. Todos os membros do MPES promotores e procuradores de Justiça podem votar em três nomes cada um. >
Na carta enviada aos colegas, Eder não detalhou suas motivações de ordem pessoal. Afirmou apenas que irá se manter trabalhando com afinco. >
"Compartilho com Vossa Excelência a minha decisão de não mais concorrer ao pleito em andamento, sem prejuízo, porém, de me manter no firme propósito assumido no dia em que ingressei como membro desta instituição: trabalhar com afinco e contribuir para um Ministério Público resolutivo e de vanguarda. Por fim, rogo a todos a serenidade necessária para escolher quem melhor possui as competências de gerir os rumos do MPES com zelo, dedicação e, acima de tudo, coragem", escreveu.>
Ele também listou itens que considerou avanços administrativos de sua gestão, e citou as sucessivas crises políticas e econômicas do país, que resultaram nas restrições financeiras sofridas pela instituição e na impossibilidade de recompor cargos de promotores e procuradores. >
"Em breve encerrarei meu mandato, o que faço com a plena consciência de que meu empenho durante todo o período em que estive no valoroso cargo de procurador-geral de Justiça contribuiu sobejamente para que o parquet capixaba se posicionasse entre os Ministérios Públicos mais modernos e altivos da nossa nação".>
A reportagem tentou contato com o procurador-geral e com sua assessoria nesta terça-feira, mas não obteve retorno. >
A desistência de Eder surpreendeu a categoria. A candidatura dele era tida como competitiva, por já estar há anos à frente da gestão, e pois dois dos demais candidatos, os promotores Luciano e Luciana, terem sido integrantes de sua administração.>
O presidente da Associação Espírito-Santense do Ministério Público (Aesmp), Pedro Ivo de Sousa, afirmou que não esperava esta decisão. "Ele é uma liderança forte, consolidada na instituição. Agora o páreo continua com os outros candidatos, aumentam as possibilidades. É uma eleição complexa, o colégio eleitoral é qualificado, então tem que ter muito diálogo, propostas, com construção de algo que seja viável", disse. >
O promotor Adélcion Caliman declarou que seguirá normalmente com sua campanha e, a princípio, não vai mudar de estratégia ou ficar em busca do apoio de Eder. "Para mim a campanha continua normal, tenho uma candidatura independente. Me lancei por vontade própria, me sinto preparado para a função. Espero que eu seja bem recepcionado na votação, e integre a lista tríplice. Sigo com a mesma bandeira, da importância da instituição para o fortalecimento da democracia." >
Marcello Queiroz, que representa a oposição à gestão de Eder e foi o segundo colocado na votação passada, por um voto, também afirmou que não mudará sua linha de campanha devido à saída de Eder. "Os outros também são fortes candidatos. Vou continuar neste trabalho incansável, apresentando minhas propostas. Temos que buscar a estabilidade com as outras instituições.">
Os promotores Luciano Barreto e Luciana Andrade não atenderam as ligações. >
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